Joana Castro é responsável pela enologia e gestão da Quinta de Lourosa, uma propriedade na região dos Vinhos Verdes. “Esta quinta pertenceu a antepassados do meu pai e eu sempre ajudei nas vindimas, a fazer vinho e sempre gostei muito desta área”, por isso o entusiasmo pela produção de vinhos foi algo que surgiu naturalmente.

A paixão pela região dos Vinhos Verdes é totalmente expressa nas palavras de Joana: “esta região tem muito potencial e acho que caminha para ser a melhor do país, porque tem muita capacidade de produzir outros produtos que não o típico branco do Verão, que sem dúvida é excelente, mas há potencialidades para outros produtos muito curiosos como os tintos, os espumantes”.

A tentativa de criar vinhos interessantes e diferentes é procurada na Quinta de Lourosa e Joana confessa que está a tentar fazer um espumante branco apenas a partir da casta Touriga Nacional. “Não sei quando vai ser lançado, nem como vai ficar, mas serão poucas garrafas. São mesmo experiências, porque é sempre interessante fazer coisas diferentes. Aliás, uma empresa desta dimensão não pode ser igual às outras, temos de mostrar alguma inovação”.

“Por outro lado, acho que não podemos introduzir só inovações, pois se esta não for bem aceite, não há mercado para vender os vinhos. Tem de existir um meio-termo e manter o típico Vinho Verde branco  que o consumidor final aprecia e que dá bastante sustento a uma empresa deste género”, afirma Joana.

Joana lamenta que em Portugal, o Vinho Verde seja conotado “como um vinho de verão, embora em termos internacionais o Vinho Verde esteja muito bem conceituado” e que na região dos Vinhos Verdes as empresas ainda sejam pouco profissionais “se comparamos com o Alentejo, onde há grandes empresas e bastante profissionais, aqui nos Verdes ainda são poucos a viver do vinho, a tornar isto uma profissão”.

Em relação aos vinhos portugueses, Joana considera que “é preciso dinheiro para a promoção, porque em termos de qualidade de vinhos há coisas muito boas, vinhos excelentes, mas não sabemos promovê-los muito bem”.