Com pouco mais de vinte anos, Rita Marques é uma produtora e enóloga do Douro, mas pode ser por pouco tempo. “Há tantos sítios que gostava de conhecer e de vir a trabalhar. Tenho o objectivo de fazer um vinho na Nova Zelândia e África do Sul, dois países onde adorei viver e acho que têm enorme potencial”. Ao currículo de Rita Marques juntam-se ainda estágios no Douro, mais precisamente na Niepoort, na Califórnia e em Bordéus onde foi aluna de Denis Dubourdieu, enólogo que tem “uma visão mais científica” da vinha e do vinho e que ela considera ser a sua maior influência.
Para o vinho que produz, Rita Marques criou a marca Conceito. Começou com o Tinto e o Porto Vintage, no ano seguinte foi o Rosé e o Branco. Na colheita de 2007, os vinhos Conceito Branco e Bastardo causaram burburinho no mundo dos vinhos. O vinho branco obteve óptimas classificações nacionais e internacionais e foi apresentado o Bastardo, um vinho recupera uma das castas mais tradicionais do Douro e de cor e perfil muito diferente dos vinhos da região.
Rita Marques admite que a motiva “ ver que o que faço tem sido bem aceite”, mas também considera esse reconhecimento excessivo, porque ainda não criou “vinhos que o justifiquem”. “Nem mostrei a consistência que acho fundamental até se reconhecer o trabalho de alguém. Sinto-me numa fase de aprendizagem, a seguir o meu caminho, penso que os vinhos têm melhorado e acredito que vão continuar a melhorar à medida que eu própria tiver um conhecimento maior da região”.
Sobre o facto de todos os seus vinhos serem produzidos na sub-região do Douro Superior, zona que parece ainda não ter o prestígio de Cima e Baixo Corgo (as outras sub-regiões), Rita Marques considera que “o Douro ainda tem de definir a sua própria tipicidade, é uma região muito vasta e com várias zonas distintas e particulares”. “A zona onde estou pode dar bons vinhos, provavelmente até grandes vinhos, mas não serão os típicos grandes vinhos do Douro a que estamos habituados, serão vinhos de perfil diferente, mais fresco”.