Susana Esteban, como o sobrenome faz adivinhar não é portuguesa, é uma galega oriunda de Tui. No entanto, a sua carreira como enóloga está a construir-se em Portugal, primeiro na região do Douro e actualmente no Alentejo, em Arraiolos, nas vinhas do produtor João Grancho.
No Douro, Susana esteve três anos na Quinta do Côtto e em 2002 mudou-se para a Quinta do Castro onde foi responsável por alguns dos vinhos DOC mais premiados a nível nacional e internacional. O trabalho da equipa da Quinta do Crasto foi reconhecido por uma das revistas de vinhos mais famosas do mundo, a “Wine Spectator”. Aliás, o vinho Quinta do Castro Touriga Nacional 2001, foi o primeiro tinto português classificado com 96 pontos pelo exigente painel de provas da revista. “Todos gostamos de ver o nosso trabalho reconhecido e eu tive a sorte que isso acontecesse no início da minha carreira, o que me deu muita segurança”.
No entanto, Susana desvaloriza um pouco toda a atenção mediática focada nos vinhos, porque “às vezes os média dão importância a um determinado tipo de vinhos e o melhor é nós darmos mais importância a outros. Nem sempre aquele que é o vinho mais falado coincide com o vinho que sentimos mais orgulho de ter feito”.
Apesar de ter trocado o Douro pelo Alentejo, Susana confessa que gostou imenso de trabalhar na região. Aliás, foi a sua enorme curiosidade pelo Vinho do Porto, que a trouxe a Portugal (mais precisamente à Sandeman) depois de ter terminado o seu mestrado em Viticultura e Enologia em Espanha. Em relação à comparação da sua experiência na região do Douro e Alentejo, Susana afirma que “a região é diferente, as castas são diferentes e a filosofia também, mas acho que as diferenças estão não só na região, mas também no tipo de produtor com quem se trabalha”.
Sobre o panorama geral dos vinhos portugueses, Susana nota “que os vinhos estão a melhorar imenso e têm aparecido produtores novos. Claro que é uma altura difícil para todos, não só para os portugueses, mas também para outros países. E isso é também uma prova de fogo, de saber, de resistência, de ver quais os produtores que têm futuro ou não”.