Filipa Tomaz da Costa gostava de fazer o melhor vinho branco do mundo. Mas, apesar da sua paixão pelos vinhos brancos, quer chegar ainda mais longe e fazer um vinho a partir da casta Pinot Noir, “pois é uma casta muito difícil de se trabalhar”.
Foi no início dos anos 1980 que Filipa começou a trabalhar na empresa João Pires, onde teve oportunidade de acompanhar de perto algumas experiências mais inovadoras em território nacional no que respeita à vinificação de vinhos, como por exemplo estágios em barricas de carvalho novo ou a produção de vinhos espumantes brancos a partir de uvas tintas. Em 1993, Filipa assume a direcção de enologia da empresa, que hoje em dia assume a designação de Bacalhôa Vinhos de Portugal.
O trabalho numa empresa da dimensão da Bacalhôa obriga Filipa a trabalhar em várias regiões vitivinícolas e em vários tipos de vinho. “Não tenho grandes preferências [no tipo de vinhos a produzir]. Claro que os vinhos tranquilos, por serem os mais consumidos, são aqueles que contactamos mais diariamente pelo que mesmo sem querer estamos sempre mais envolvidos.”
Sobre as regiões em que trabalha (Alentejo, Setúbal e Estremadura), explica que o que difere nestas três regiões fundamentalmente é o “terroir”. É este que vai determinar as diferenças, porque a nível de vinificação os métodos são parecidos”. Filipa reconhece qualidades nas três regiões. Do Alentejo surgem” vinhos tintos novos, potentes, encorpados e frutados a que o país se rendeu pela sua qualidade/preço”, admira a “frescura dos vinhos da Estremadura, óptimas bases para grandes espumantes” e em Setúbal destaca o histórico vinho generoso Moscatel.
Para Filipa, o vinho português pode ser bem sucedido junto de qualquer tipo de consumidor, “pois temos grande qualidade nos vinhos que produzimos. Basta ver os prémios que Portugal consegue receber em concursos internacionais ”. E acrescenta que com 10 euros para gastar, talvez seja nos vinhos portugueses que consegue encontrar o melhor vinho.”