Actualmente em processo de criação, a Comissão Vitivinícola da Região de Lisboa (CVR de Lisboa) vai englobar a CVR da Estremadura e a CVR do Ribatejo.
Ao Emigrante/Mundo Português, o engenheiro João Ghira, presidente da CVR da Estremadura revelou que já está decidido que o novo organismo ficará sedeada em Torres Vedras, que vão manter-se as denominações de origem dos vinhos das duas regiões e que as apostas fortes vão ser na certificação e na promoção...
Como vai chamar-se o novo organismo?
Vai chamar-se Comissão Vitivinícola da Região de Lisboa. Não é a junção de duas entidades, mas sim a constituição de uma nova entidade, dentro da reorganização institucional do sector vitivinícola e das novas funções que devem ser atribuídas às entidades certificadoras.
Nesse sentido - embora no caso concreto da Estremadura e do Ribatejo, por exigência legal, não fosse necessária uma nova entidade - dando resposta a um desejo da parte do Governo, por deliberação dos agentes económicos das duas regiões, entendeu-se conveniente constituir uma entidade de maior dimensão, com algumas vantagens em termos essencialmente de gestão, uma vez que as funções de certificação mantém-se dentro dos novos princípios, com maior grau de exigência. Julgo que há uma vantagem essencialmente na parte de gestão, de administração. Pode haver uma maior economia de escala, uma maior racionalização dos serviços. E é evidente que uma entidade com maior dimensão tem outra capacidade, muito em particular na parte da promoção.
Onde vai ficar sedeada?
Foi ficar sedeada em Torres Vedras. Para já será aqui (onde neste momento está sedeada a Comissão da Estremadura). É natural que depois precisemos de mais espaço. Foi um entendimento comum, até porque a Estremadura tem mais área de vinha do que o Ribatejo, tem um volume superior de vinho comercializado. E hoje em dia, com as auto-estradas, com facilidade as pessoas se deslocam, embora, no interesse dos produtores, irá haver uma delegação em Santarém, assim como se mantém uma delegação em Leiria.
Não haverá nenhuma estrutura em Lisboa?
De momento, não. Julgo que não era vantajoso para os agentes económicos. Acho que tem que haver uma descentralização. Para um produto como o vinho, e tendo em conta a natureza dos produtores, devemos estar próximos da produção.
Neste momento, em que patamar está o processo?
Estamos a aguardar o parecer do Instituto da Vinha e do Vinho relativamente ao projecto de estatutos da nova entidade. Já há um tempo que foi enviado, já nos foi dada uma primeira resposta, muito recente, e que já respondemos. Julgo que praticamente estão criadas as condições para se poder fazer a escritura notarial de constituição da nova entidade, para que no imediato, se candidate como entidade certificadora para os vinhos das denominações de origem das áreas vitivinícolas do Ribatejo e da Estremadura, e do vinho regional de que também já foi apresentado um projecto de portaria para reconhecimento da indicação geográfica «Lisboa». |