Os vinhos tranquilos portugueses estão a conquistar uma imagem de qualidade e excelência nos mercados internacionais mais exigentes.
O vinho do Porto já não é o único embaixador dos nossos vinhos. A prova está nos números das exportações dos tintos, brancos e rosés que disparam desde os anos 90, dando razão a Michael Porter que identificou os vinhos portugueses como capazes de criar qualidade, diferenciação e mercado exportador. O sector vitivinícola nacional está a dar provas de vitalidade e de que consegue promover a viragem anunciada pelo Relatório Porter. Nos últimos quinze anos a revolução do sector passou pelo investimento na viticultura, enologia, novas tendências, marketing, comercialização e promoção externa. Eric Asimov, crítico do New York Times, garante que os vinhos portugueses serão a próxima “grande onda internacional”. Por cá, a prudência é a palavra de ordem. Produzem-se cada vez melhores vinhos, mas a batalha da quantidade, numa estratégia de exportação, ainda não está ganha.
Portugal no top 10
Portugal é o 5º produtor de vinho da UE e o décimo a nível mundial. O sector fez do relatório de Michael Porter um ponto de viragem para aumentar o seu peso na economia portuguesa. Actualmente os prémios e menções honrosas, obtidos em concursos internacionais, são numerosos e significativos.
Só em 2007 as exportações do sector vinícola rondaram os 977 milhões de euros. A viticultura representa aproximadamente 50 por cento do sector agrícola nacional, estimando-se o potencial vinícola em 254.418 hectares, sendo Douro e Trás-os-Montes a região líder, com 68.455 hectares dedicados à cultura da vinha. A dinâmica de crescimento percorre, neste momento, todos os subsectores desta actividade, tanto mais que o sector tem vindo a proceder a uma importante modernização e reestruturação nas últimas décadas. Estes factores de mudança, aliados a uma crescente produção de vinhos portugueses de prestígio, contribuem decisivamente para potenciar condições de competitividade dos vinhos nacionais nos mercados externos, cada vez mais agressivos e em permanente transformação.
No final de 2005 existiam 12.971 empresas registadas no Instituto da Vinha e do Vinho, em exercício no sector (vitivinicultores, armazenistas, produtores, engarrafadores, exportadores, importadores, etc.). Quanto às exportações, o realce vai para os vinhos de mesa, regionais e de denominação de origem, que já representam cerca de 40 por cento das vendas do sector nos mercados externos, muito mais próximos do vinho do Porto, que ainda lidera com 60 por cento. Portugal produz cerca de 7,2 milhões de hectolitros, cujas receitas anuais rondam os mil milhões de euros, que são repartidos entre o mercado de exportação (que conta com a presença acentuada do Vinho do Porto) e o mercado interno. |