Concurso de Vinhos premeia aguardentes velhas da Adega Cooperativa e Sociedade Quinta do Rol:
Ouro para aguardentes da Lourinhã
Jornal Alvorada | 24-07-2008

O IV Concurso de Vinhos da Estremadura, organizado pela Comissão Vitivinícola Regional de Lisboa (CVRL), distinguiu a Adega Cooperativa da Lourinhã e a Sociedade Quinta do Rol com a medalha de ouro na categoria de Aguardente com Denominação de Origem.

O anúncio foi feito durante o III Colóquio Vitivinícola da Estremadura, organizado conjuntamente pela Comissão Vitivinícola da Região de Lisboa e a Associação Portuguesa a Horticultura e que decorreu nos passados dias 20 e 21 em Alenquer. As duas entidades lourinhanenses apresentaram-se a concurso com aguardentes velhas XO, ou seja, com mais de cinco anos de estágio em barris de vários tipos de madeira.

Trata-se do mais alto galardão atribuído pela CVRL, entidade que sucedeu à Comissão Vitivinícola Regional da Estremadura, criada no âmbito da reforma imposta pelo Ministério da Agricultura.

Deverá englobar também a Comissão Vitivinícola Regional da Lourinhã, a entidade até agora responsável pela certificação da aguardente como produto DOC (Denominação de Origem Controlada).

Segundo João Pedro Catela, presidente da direcção da Adega Cooperativa da Lourinhã (ACL), o resultado não foi inesperado, antes pelo contrário. “Estava à espera desta medalha porque confio nas nossas aguardentes e sei qual é o seu valor”, disse, acrescentando que este prémio representa que “todos os enólogos que experimentaram a aguardente da ACL chegaram à conclusão que é uma das melhores que está no mercado”. Um prémio que deverá contribuir para ajudar, do ponto de vista do marketing, a elevar as vendas deste produto agrícola com a marca da Lourinhã, juntando-se assim a outros prémios já recebidos ao longo dos anos.

Contrariamente ao que poderia esperar-se com a crise económica no país, as vendas da aguardente produzida pela ACL têm vindo a subir nos últimos tempos. “O negócio tem estado a correr muito bem. No final de Maio tínhamos mais de 20 por cento de vendas em comparação com o ano passado”, precisou João Pedro Catela. As vendas são feitas exclusivamente para o mercado nacional, uma vez que não há qualquer aposta na exportação.

A distribuição da Aguardente da Lourinhã é feita a nível nacional graças a um contrato assinado há cinco anos com a Modelo Continente, SA, permitindo que todos os hipermercados e médias superfícies do Grupo Sonae disponham deste produto vínico nas suas garrafeiras para venda ao grande público. “Em todo o país está à venda a nossa aguardente, pelo que o consumidor não precisa de vir à Lourinhã para adquiri-la”, precisou o dirigente da ACL. Outro factor positivo para a divulgação do produto tem sido o trabalho promovido pela Colegiada de Nª Srª da Anunciação, criada também para esse fim.

Entretanto, a última assembleia geral da ACL chegou a incluir na ordem de trabalhos um ponto respeitante à elaboração do processo de candidatura junto do Instituto da Vinha e do Vinho para a manutenção da CVR Lourinhã, de forma a evitar a sua extinção e integração como secção na CVR Lisboa.

Mas este ponto acabou por não ser discutido nem votado pelos associados, até porque a candidatura deveria ser chumbada pelo Ministério da Agricultura, dadas as indicações anteriormente manifestadas pelo ministro Jaime Silva, um fervoroso adepto da redução do número de CVR’s em todo o país e que levou à criação da CVR Lisboa.

O mesmo se passou com as CVR’s de Estremadura, Carcavelos, Colares, Bucelas e Alenquer que foram extintas.

Trata-se de uma medida que não põe em causa o estatuto de Denominação de Origem Controlada da Aguardente da Lourinhã, a única do país e uma das três do mundo, a par das francesas Armagnac e Cognac.
 
 
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