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Terreiro do Paço |
À falta de comida, a festa do vinho soube a pouco |
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Público | 30-06-2008 |
Soube a pouco a festa do vinho que ontem aconteceu no Terreiro do Paço. "Onde é que há comida?", perguntava um desprevenido visitante.
À hora de almoço, a bancada dos queijos estava vazia e o ambiente nada tinha de alegre, apesar da prometida animação e do vinho à discrição para quem pagasse três euros. O calor e a falta de sustento terão afastado muita gente àquela hora, e a reduzida área destinada ao evento - um salão do Terreiro do Paço e parte de uma das suas alas - também não contribuiu para o seu sucesso.
Em duas pequenas bancadas foram montados "casinos do vinho", para que os menos experientes pudessem identificar aromas como os frutos vermelhos ou a madeira. Um casal de produtores estrangeiros com uma pequena quinta nas imediações de Óbidos mostrava-se algo desconsolado: "As pessoas bebem os vinhos, mas não obtêm grandes informações sobre eles." Para superar esta falha, a alemã e o inglês, técnicos de som da indústria cinematográfica reconvertidos à vinha, abordavam todos quantos viam a provar o seu néctar. A resposta não variava: se eram portugueses a levar o copo à boca, os comentários eram sempre sobre a excessiva acidez deste tinto regional da Estremadura criado a partir de uvas sem pesticidas, que mais parecia talhado para acompanhar peixe do que carne. "Os portugueses apreciam vinhos mais encorpados e frutados", admitiam os produtores.
O evento decorreu na sala ogival da Viniportugal, entidade responsável pelo evento e pela promoção dos vinhos portugueses, e destinou-se a celebrar o Dia do Vinho, igualmente comemorado no Porto. Adegas e caves de todo o país abriram ontem as portas ao público. No Terreiro do Paço, um morador de Alfama mostrava-se, apesar de tudo, satisfeito com o que tinha encontrado: "Já almocei em casa, agora é mais para beber..." A.H. |
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