Uma seleção dentro das possibilidades humanas
Valor On-line | 08-05-2006

A novidade deste ano na Expovinis foi a introdução do Top Ten da feira, que premiou os 10 melhores vinhos disponíveis nos estandes dos expositores.

Seguindo os critérios utilizados na Vinexpo 2005, o mais importante evento internacional do setor, que se realiza a cada dois anos em Bordeaux, na França, eu, como responsável pela sua implantação, escolhi 11 jurados para a tarefa. Divulgação
 
Desse seleto e competente grupo participaram o jornalista inglês Stephen Brook e o produtor neozelandês John Hancock, ambos com larga experiência em concursos internacionais, além de alguns dos melhores degustadores brasileiros, caso de Manoel Beato, sommelier do Fasano, Ricardo Farias, presidente da ABS do Rio de Janeiro, Daniel Pinto, presidente da SBAV de São Paulo, o especialista e consultor mineiro Marcio de Oliveira, os jornalistas José Maria Santana, da revista Gula, Marcelo Copello, da revista Adega, José Luiz Pagliari, da revista Prazeres da Mesa e diretor da SBAV de São Paulo, José Inglez de Souza, da Vinho Magazine, e Mario Telles, presidente da ABS de São Paulo.
 
Numa fase preliminar, os membros desse júri percorreram individualmente a feira durante os dois primeiros dias, degustando nesse período o máximo de vinhos possível, com o objetivo de, segundo critérios pessoais de cada um, eleger 2 tintos, 2 brancos, 2 espumantes e um rosé. No terceiro e derradeiro dia da Expovinis procedeu-se a fase final.
 
Após reunir a relação de cada jurado, foram consolidadas as escolhas dos vinhos e acertadas eventuais coincidências e discrepâncias, para em seguida reunir as garrafas que seriam degustadas às cegas pelo grupo todo. Ou seja, os 11 jurados degustaram todas as garrafas selecionadas na fase preliminar por cada um, e elas foram agrupadas segundo os quatro tipos, e dentro destes algumas sub-classes para que se comparassem vinhos da mesma linha.
 
Assim, oito rosés foram provados numa só bateria, seguindo-se, três séries de brancos divididos em 3 grupos: quatro amostras elaboradas com Sauvignon Blanc, cinco elaboradas com Chardonnay e seis de castas variadas, num total de 15 vinhos. Os espumantes foram separados em dois grupos, um só para os produzidos em Champagne e outro contemplando todas as demais regiões do planeta sem diferenciação. Desta série saíram dois vencedores, ao contrário das demais onde apenas uma amostra era escolhida.
 
As 20 amostras de tintos que participaram da fase final foram separadas em 3 baterias: na primeira participaram os vinhos nacionais (três) junto com tintos mais leves ou com menos tanino, como os Pinot Noirs; na segunda tintos com corte bordalês ou à base de syrah, ou seja com boa presença (com empate na votação dois foram escolhidos); e na terceira vinhos que tinham em comum o fato de serem do Douro, em Portugal, do Duero, na Espanha, e de uvas autóctonas italianas.
 
Os escolhidos, segunda cada grupo foram:
 
Grupo A - Rosé:
 
Torres Santa Digna Cabernet Sauvignon 2005 (Reloco)
 
Grupo B - Sauvignon Blanc:
 
Hunter's 2004 (Premium)
 
Grupo C - Chardonnay:
 
Trinity Hill 1999 (Premium)
 
Grupo D - Brancos de outras castas:
 
Jim Barry Riesling 2003 (KMM)
 
Grupo E - Espumantes:
 
Cava Brut Nature Juvé y Camps (Península)
 
Cava Cordoníu Cuvée Raventós (Interfood)
 
Grupo F - Champagnes:
 
Piper- Heidsieck Jean Paul Gaultier Cuvée Special Brut (Interfood)
 
Grupo G - Tintos leves e nacionais:
 
Quinta de Sanguinal 2000 (Adega Alentejana)
 
Grupo H - Tintos estilo Bordeaux - empate:
 
St Hallett Old Block Shiraz 2001 (KMM)
 
 
Leo d´Honor Garrafeira Grande Escolha 2001 (Lusitana)
 
Grupo J - Portugal, Espanha e Itália:
 
Quinta do Crasto Vinha da Ponte 2003 (Qualimpor)
 
Mesmo sabendo de antemão que seria praticamente inexeqüível mapear os vinhos da feira toda em dois dias - o mesmo aconteceu na Vinexpo, em que o período para faze-lo era de quatro dias, mas numa área sensivelmente maior - imagino que a forma como a eleição dos Top Ten foi conduzida, bem como o resultado final com os vinhos premiados refletiu com bastante fidelidade o que a Expovinis tinha de melhor. Outros vinhos talvez merecessem entrar nessa relação. É o desafio para que no ano que vem novas fórmulas apareçam para se aprimorar o processo de escolha.
 
 
English