A exposição permanente do Museu do Douro "Memória da Terra do Vinho" foi hoje inaugurada, na Régua, para desvendar a história da mais antiga região demarcada do mundo - o Douro, das suas vinhas e do vinho.
"Memória da Terra do Vinho" fica patente ao público no Solar do Vinho do Porto, o antigo armazém 43, e abre as portas no Dia Internacional dos Museus.
Esta mostra assume-se precisamente como um espaço de representação da Região Demarcada do Douro (RDD) e da cultura da vinha e do vinho, elementos essenciais da identidade deste território.
Refira-se que a abertura da sede do Museu do Douro, estrutura criada em 1997 na sequência de uma lei aprovada por unanimidade na Assembleia da República, está prevista para 14 de Dezembro.
Esta exposição dá continuidade à exposição "Jardins Suspensos", que inaugurou a actividade desta unidade museológica em 2001.
O Governador Civil de Vila Real, António Martinho, referiu que o Museu do Douro é uma obra colectiva, tal qual o é a paisagem "cultural evolutiva e viva", que o Homem foi arrancando através dos tempos a uma "natureza tão brava como o mar", e que a UNESCO classificou como Património da Humanidade a 14 de Dezembro de 2001.
A "viagem" pela memória desta região começa com uma referência ao espaço que acolhe a exposição, o antigo armazém 43, que foi propriedade de Dona Adelaide Ferreira, a lendária Ferreirinha, uma das principais defensoras do Douro.
Segue-se uma referência ao território e à história da RDD e à sua personagem principal, o homem duriense, o galego e todos aqueles que ajudaram a construir os socalcos, os muros de xisto e ergueram as vinhas que caracterizam a região.
O vinho ocupa o maior espaço da exposição, que mostra as diversas técnicas de cultivo da vinha, alguns utensílios utilizados nos trabalhos, a vindima, a pisa das uvas, o transporte do vinho, como os barcos rabelos construídos de propósito para transportas as pipas de vinho pelo sinuoso e difícil rio Douro.
Esta exposição será também o "ponto de partida" para a descoberta da interpretação da região, da sua cultura e da sua memória.
O Museu do Douro será complementado com 11 núcleos museológicos espalhados pelos concelhos da RDD.
Em Abril, aquele museu apresentou uma candidatura global, no valor de 300 mil euros, para a elaboração de um estudo de concepção e implantação de pólos do Museu do Douro.
De acordo o director desta unidade museológica, Maia Pinto, nesta primeira fase, está prevista a criação de 11 núcleos museológicos que ficarão espalhados pela Região Demarcada do Douro.
Serão criados os núcleos do Pão e do Vinho (em Favaios), da Gastronomia (Lamego), do Caminho de Ferro (Barca de Alva), da Electricidade (Vila Real), da Amêndoa (em Vila Nova de Foz Côa), do Arrais e da Cereja (em Resende), do Vinho (em S. João da Pesqueira), da Seda (em Freixo de Espada à Cinta), do Somagre (Vila Nova de Foz Côa), de Barqueiros (Mesão Frio) e o Museu do Imaginário (em Tabuaço).
Estes núcleos terão uma programação integrada com o Museu do Douro, de forma a potenciar iniciativas dispersas e estimular a itinerância de exposições e outras acções culturais.
O director diz que o museu tem de ser de "toda a região do Douro e não apenas da Régua" e referiu que a "ponte" entre os diferentes concelhos poderá ser feita através de núcleos museológicos.
A construção da sede do Museu do Douro foi adjudicada à empresa João Fernandes da Silva e vai dispor de 7,5 milhões de euros - cinco milhões de euros para a obra física e 2,5 milhões de euros para a aquisição de equipamentos. Os custos do projecto serão repartidos entre o Programa Operacional da Cultura (POC) e o Programa Operacional do Norte.
A obra tem "obrigatoriamente" que ficar concluída durante 2008 para que não se perca o financiamento comunitário. |