Objectivo a curto prazo passa por alcançar a centena de municípios
Associação de Municípios do Vinho ultrapassa meia centena de filiados
O Mirante | 09-05-2008

Um ano após ter sido criada no Cartaxo com 18 membros a Associação de Municípios Portugueses do Vinho (AMPV) congregou um total de 54 aderentes. Um motivo de satisfação para o anfitrião da sessão intermunicipal extraordinária realizada dia 30 de Abril no Cartaxo. Presidente do conselho directivo da AMPV e da câmara cartaxeira, Paulo Caldas (PS) salientou que a organização tem crescido em quantidade e em qualidade, com união entre todos os municípios. E que a curto prazo não será demais almejar os 100 associados para a AMPV.

Numa cerimónia que contou com a directora-delegada da Rede Europeia de Cidades do Vinhos (RECEVIN) e da vice-presidente do Instituto da Vinha e do Vinho, o presidente da AMPV salientou ainda que a agricultura e o mundo rural, assim como o sector do vinho, vivem tempos difíceis com que a tutela deve saber lidar.

Edite Azenha, em representação do ministro da Agricultura, considerou que os tempos são de desafio e não difíceis, e acrescentou: “Gastronomia e cultura ligadas ao vinho são o segundo maior destino do turismo americano, que está ligado a rotas. Com a união dos países do sul da Europa vislumbra-se a oportunidade de incrementar o eno-turismo entre países e cidades. O vinho por si não chega lá”, exemplificou.

À noite foi a vez do jantar comemorativo do aniversário na Quinta Vale de Fornos, em Azambuja, onde se destacaram as homenagens a Manuel Paixão Marques, o escalabitano criador do Museu Nacional do Vinho, em Alcobaça, e o conhecido mestre de cozinha e pastelaria Chefe Silva. Não faltaram ainda vários representantes dos países que aderiram à Recevin.

Durante a cerimónia, Manuel Paixão Marques disse apenas ter feito a sua obrigação. “Que sejam extraordinariamente felizes, que amem o próximo e que se dediquem às causas que têm na vida com amor”, destacou.

Já o Chefe Silva, minhoto de 74 anos que revelou ter sido seminarista em Santarém durante dois anos da sua meninice – mas a quem uma lavadeira “deu a volta à miolo” – realçou a O MIRANTE a importância do vinho como produto de eleição.

“Quando vinha a Azambuja passava sempre por uma adega de Vila Chã de Ourique para levar vinho. Há quem pense que o vinho do Cartaxo e do Ribatejo está adormecido, mas há boas casas e cada vez mais a darem-se a conhecer. E não há boa refeição sem vinho e vice-versa”, assegurou. E até no seminário, garante, bebiam sempre um copo de vinho às refeições às quintas-feiras.

Paulo Caldas acrescentou no final da noite que o peso da AMPV junto das entidades relacionadas com o vinho, como a Fenadegas e a Viniportugal, ou junto do Governo será cada vez maior em função do número de municípios que adiram à associação. “Com afirmação de portugalidade além fronteiras e em conjunto com os restantes parceiros, será possível fazer a promoção do vinho português em todas a suas dimensões”, concluiu.


Instalações do IVV ao abandono

Durante o aniversário da AMPV o presidente da Câmara do Cartaxo, Paulo Caldas desafiou a vice-presidente do IVV a estabelecer uma parceria com a autarquia para a que as instalações daquela entidade no concelho – em Pontével e no Cartaxo, que continuam encerradas e a degradadas – sejam requalificadas. “No âmbito do Quadro de Referência Estratégico Nacional estamos dispostos a uma concertação para valorizar aquele património do ponto de vista cultural e histórico”, referiu Paulo Caldas.

Edite Azenha disse ter anotado a questão e ir informar o ministro da Agricultura, reconhecendo a existência de um programa de alienação de alguns dos imóveis do instituto espalhados pelo país.
 
 
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