"Um dia histórico". A frase rodou por praticamente todos os intervenientes na cerimónia que ontem marcou a apresentação pública de um projecto pioneiro na área das adegas cooperativas da região dos vinhos verdes. A criação de uma empresa comercial que irá gerir, de uma forma profissional e da base ao topo, a massa vínica de sete adegas cuja sobrevivência estava ameaçada por problemas de índole diversa.
A nova empresa, que assume a designação Viniverde, foi criada em Março e agrupa os esforços de sete adegas - Barcelos, Castelo de Paiva, Celorico de Basto, Famalicão, Lousada, Penafiel e Ponte da Barca. No total, estas sete cooperativas representam 1200 viticultores da região dos vinhos verdes e uma massa vínica potencial de sete milhões de litros.
O avanço para este projecto, em vários aspectos similar ao que deu origem à criação da Lactogal, parte de um diagnóstico que não dava espaço a mais demora: incumprimento financeiro junto dos associados, perda de mercado, redução para quase metade do preço dos vinhos vendidos, falta de gestão profissionalizada, deterioração genérica das adegas.
Agora, o objectivo é "potenciar a riqueza gerada por cada adega individualmente", como salientou o presidente da Viniverde, Luís Ribeiro, na apresentação da sociedade. Foi ontem, nas instalações da comissão de viticultura da região dos vinhos verdes. Numa cerimónia em que também o ministro da Agricultura falou de um momento "histórico". Jaime Silva diz acreditar nas potencialidades do projecto e defende que ele deve servir de exemplo para outras estruturas de um sector, o do vinho, onde já não há crise.
A nova empresa vai ser responsável por toda a cadeia de criação de valor conseguida através da massa vínica das sete adegas - da uva à comercialização e ao marketing. Ganhos de escala, de dimensão, de massa crítica serão os segredos para que este projecto, que conta com o apoio do Estado para concretizar projectos diversos de investimento. |