Celeste Patrocínio, 62 anos, licenciada em Direito, com formação em Comércio Internacional Vinícola e com um extenso currículo na área do Ensino, é a nova presidente da Adega Cooperativa de Ponte de Lima, que desde o início do mês de Fevereiro tinha caído num vazio directivo, depois de a antiga direcção se ter demitido em bloco na sequência de eventuais incompatibilidades com alguns sócios.
No último sábado, realizaram- -se eleições e a nova direcção já tomou posse para fazer face à "delicada" situação em que a adega se encontra. As dívidas e o circuito de comercialização são as principais preocupações da nova presidente que, embora admita a existência de um passivo, que estará a ser suportado pelos cerca de dois mil associados, não confirma, pelo menos por agora, que a dívida possa oscilar "entre 700 mil e um milhão de euros", conforme informação que circula publicamente. "Vamos atacar os problemas financeiros, porque os sócios são os sacrificados.
São eles que estão a sustentar a adega, entregam as uvas, os preços não têm sido elevados e há atrasos nos pagamentos", revelou ao JN Celeste Patrocínio, referindo que a sua acção passará agora "por estudar" e tentar "reverter"a situação da estrutura. Dos seus planos faz também parte a resolução de problemas de menor dimensão, tais como a realização de "ajustamentos internos". A candidatura de Celeste Patrocínio, que surgiu impulsionada pelos sócios e que acabou por vingar, fez entretanto abortar um movimento de presidentes de junta do concelho de Ponte de Lima, liderado pelo autarca de Rebordões Souto, Domingos Oliveira, que se uniram na tentativa de encontrar uma solução para o problema.
O ex-autarca de Ponte de Lima, Fernando Calheiros, chegou a ser indicado como candidato apoiado pelos autarcas, mas este recuou face ao surgimento de uma segunda lista pela mão dos associados." Pensamos que não fazia sentido continuar e a informação que tem passado é que (Celeste Patrocínio) é a pessoa indicada para o cargo", admitiu Domingos Oliveira. |