Apesar da retracção de consumo do mercado mundial , o vinho do Porto conseguiu obter um crescimento, em volume, de 2,6% em 2007, ganhando posição face aos seus mais directos competidores, designadamente o xerês.
Mais importante ainda, quase um terço do valor gerado pela fileira é já assegurado pelas categorias especiais, uma tendência desejável numa "indústria" que se pretende que aposte cada vez mais na qualidade e diferenciação que só os seus produtos premium lhe podem garantir. O DN foi conhecer alguns dos principais protagonistas deste combate travado no mercado global: as principais famílias proprietárias das quintas emblemáticas da Região Demarcada do Douro.
Menos positivo, admite o presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP), Jorge Monteiro, é o facto de o vinho do Porto não ter conseguido aumentar preço nos últimos anos. O resultado da retracção no consumo dos vinhos fortificados, da existência de excedentes na produção, e simultaneamente, de se assistir, a um crescimento do peso das grandes cadeias de distribuição, com uma "enormíssima capacidade de negociação", e a consequente tendência para o esmagamento dos preços. No entanto, Jorge Monteiro, confia que estão criadas as condições para que "em breve poderemos vir a assistir a um ligeiro ganho de preços".
Já ao nível dos vinhos DOC Douro, o presidente do IVDP considera que estes padecem ainda de um défice de notoriedade, já que competem directamente com concorrentes de peso, como Bordéus, Borgonha, Rioja ou Ribera del Duero. No entanto, e porque partem de uma realidade diferente, os DOC Douro estão a conseguir registar uma evolução das taxas de crescimento na ordem dos dois dígitos nos anos de 2006 e 2007. Além de que conseguiram já assegurar uma base de cerca de 90 mercados, contra os anteriores 60 a 70 mercados. De Janeiro a Novembro de 2007, o sector vendeu 360,9 milhões de euros de vinho do Porto. Os principais mercados continuam a ser a França, Reino Unido, Portugal, Holanda, Bélgica, EUA e Canadá. |