Os produtores de vinho do distrito de Beja e das sub-regiões de Vidigueira, Moura e Granja-Amareleja podem participar, desde hoje, no terceiro Concurso de Vinhos do Baixo Alentejo, destinado a promover a produção vinícola da região.
Até 11 de Abril, durante a primeira fase do concurso, organizado pela Confraria dos Gastrónomos do Distrito de Beja (CGDB) e Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Serpa (EPDRS), cada produtor pode apresentar até sete vinhos (três brancos, três tintos e um rosado), engarrafados exactamente como se encontram à venda.
Na segunda fase do concurso, um júri, composto por 11 elementos, entre especialistas do sector e simples consumidores, irá reunir-se, a 19 de Abril, na EPDRS, para provar os vinhos numa "prova cega", atribuir as pontuações e, por inerência, os prémios.
A entrega dos prémios está marcada para 16 de Maio, numa sessão pública na EPDRS, na Herdade da Bemposta, em Serpa.
O concurso pretende "premiar para promover e divulgar os vinhos de qualidade que são produzidos no Baixo Alentejo, afirmando a sua especificidade no quadro da grande região vinícola que é o Alentejo", explicou hoje à agência Lusa Manuel Baiôa, da CGDB.
Além de "estimular o consumo moderado de vinhos de qualidade", o concurso quer também "promover as possibilidades de crescimento do vinho produzido no Baixo Alentejo no mercado nacional e internacional".
O vinho alentejano "continua a dominar o mercado nacional de vinho de qualidade, com uma quota de cerca de 46 por cento", enquanto as exportações "já atingem cerca de 15 por cento da produção total", frisou Manuel Baiôa.
O concurso pretende ainda promover o Baixo Alentejo como "destino enófilo", porque, explicou Manuel Baiôa, "o sector vitivinícola é um dos que apresenta maior potencial de crescimento económico na região".
"O distrito de Beja tem assistido ao surgimento de projectos vitivinícolas de grande envergadura e qualidade", salientou, acrescentando que se trata de "investimentos avultados, que têm transformado e aumentado a oferta de vinhos disponível no mercado".
De acordo com Manuel Baiôa, existe um número "significativo" de vinhos de qualidade produzidos no Baixo Alentejo "escondidos" sob a designação de Vinho Regional Alentejano.
Uma realidade que "qualquer consumidor mais atento pode verificar nas prateleiras dos supermercados e garrafeiras", sugeriu, explicando que "grande parte dos concelhos do distrito de Beja não são abrangidos pela Denominação de Origem Controlada Alentejo, pelo que, só pela morada do produtor se poderá saber a origem do vinho".
Os vinhos do Baixo Alentejo, salientou Manuel Baiôa, "aproximam-se das novas tendências dos mercados nacional e internacional, com um perfil moderno, aromático e concentrado".
"São vinhos actuais e jovens, fruto de uma criteriosa selecção de castas, de apurada investigação científica, tanto no campo como na adega, e alicerçados num marketing agressivo", frisou.
Por outro lado, as "extensas planícies" do Baixo Alentejo "permitem grandes áreas de cultivo" e a "introdução de meios mecânicos para a apanha da uva", que, salientou, "tornam a região ímpar ao nível das possibilidades de produção de vinhos com uma excelente relação qualidade preço".
Sobretudo nas categorias "Premium" e "Super-Premium", "tão importantes para conquistar o mercado nacional e, principalmente, o internacional, que pede vinhos de qualidade, preços competitivos e grandes volumes de produção", rematou. |