Caves Fundação deixam 12 trabalhadores sem recursos
Jornal de Notícias | 20-02-2008

São 12 os trabalhadores que ficaram sem trabalho e com salários e subsídios por receber depois do fecho de portas da Caves Fundação.

Ontem, com a afixação da sentença de insolvência por parte do Tribunal de Anadia, os trabalhadores confirmaram o receio de não voltarem aos antigos postos de trabalho. Na Bairrada é mais um produtor vinícola a encerrar a laboração.

Afixada, à porta da empresa, situada no Peneireiro, Aguim, a sentença de declaração de insolvência, datada do passado dia 11, José Manuel Costa, de 64 anos, não tem grandes dúvidas de que não recuperará o seu posto de trabalho, de 31 anos. E as dúvidas são muitas em relação ao pagamento do que ainda estava em dívida aos trabalhadores. "Falta pagarem-nos o subsídio de Natal de 2006, o de Natal e férias de 2007 e os meses de Dezembro e Janeiro. E ainda continuamos ao serviço da empresa, porque só nos mandaram uma carta a prolongar as férias, nem carta de despedimentos temos", explicou ao JN o José da Costa, referindo que na mesma situação estarão os restantes 11 funcionários, inclusive o filho, de 45 anos, que permaneciam na empresa produtora de vinhos, aguardentes e espumantes.

A José da Costa restará agora constituir-se como credor e marcar presença na Assembleia de Credores marcada para 24 de Abril, na qual poderá ser aprovado o plano de insolvência com vista ao pagamento dos créditos ou a liquidação da massa falida e sua repartição pelos titulares dos créditos.

A Caves Fundação, com mais de 30 anos de laboração, não é a primeira empresa vinícola da Bairrada a decretar falência e, dizem os entendidos do sector, não será a última. A Monte Crasto faliu há vários anos e, mais recentemente, a Valdarcos, que funcionava desde 1926, passou por processo semelhante. Também o sector cooperativo do vinho, nomeadamente nas adegas de Mogofores e da Mealhada, são conhecidas dificuldades.

João Casaleiro, presidente da Comissão Vitivinícola da Bairrada, reconhece as dificuldades da região que tardou em modernizar-se e sofre com o aumento da concorrência. "Há um excesso de oferta, aqui e no país, os preços têm vindo a baixar e o consumo tem diminuído. Aqueles que fizeram investimentos e se modernizaram, pois acredito que consigam competir com os mercados de Espanha ou França, mas quem não o fez, terá mais dificuldades", explica.
 
 
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