A Bairrada não aceita que o Dão tenha maior representatividade na assembleia-geral da entidade certificadora prevista para as unir.
O presidente da Comissão Vitivinícola Regional do Dão (CVRD), Valdemar Freitas, está à espera que o ministro da Agricultura agende as reuniões que quer realizar com as comissões vitivinícolas da região centro para ultrapassar, de vez, a falta de entendimento que permita a apresentação de uma candidatura única a entidade certificadora.
Douro, Alentejo e Verdes já se constituíram como regiões, mas o Dão e a Bairrada não conseguem chegar a entendimento para se unirem numa grande região por causa da representatividade na assembleia-geral.
Segundo Valdemar Freitas, a Bairrada não aceita que o Dão tenha maior representividade, mas o Dão não abdica de ter uma representação mais forte na assembleia geral da entidade certificadora que vier a ser criada "porque produz e comercializa mais vinho" do que a Bairrada.
O ministro da Agricultura, Jaime Silva, desafiou, há mais de um ano, as CVR do Centro a unirem-se na criação de uma grande região, no âmbito da reestruturação do sector, deixando claro que não aceitará candidaturas individuais a entidade certificadora. O ministro justificou o apelo com a necessidade de "ter dimensão", argumentando que trabalhar em conjunto permite aumentar o peso e o prestígio junto dos mercados, sobretudo o internacional.
Perante a falta de um acordo no Centro, Jaime Silva disse, há uma semana, que tenciona falar individualmente com cada uma das comissões vitivinícolas, o que terá que acontecer até final de Janeiro, altura em que termina o prazo para apresentação das candidaturas, lembra Valdemar Freitas, que aguarda a marcação de uma data para falar com o ministro.
No Centro, existem quatro CVR: Bairrada, Beira Interior, Dão e Távora Varosa. O Dão e a Bairrada apresentaram candidaturas individuais e o Távora Varosa manifestou intenção de se associar ao Douro. |