O presidente da Casa do Douro, Manuel António Santos, acusou hoje o ministro da Agricultura de promover uma campanha de perseguição contra a instituição duriense, ao afirmar que esta tem uma dívida para com três institutos públicos do ministério.
O ministro Jaime Silva acusou hoje, citado pela TSF, a direcção da Casa do Douro de “má gestão continuada”, acusando Manuel António Santos de não pagar “dívidas que não estão a cobrar há longos anos”. Jaime Silva assegurou que o Estado deixará de financiar a instituição e que será levantado um processo de execução fiscal se as dívidas não forem saldadas. O ministro não especificou a quantia devida pela Casa do Douro.
Manuel António Santos admite a existência de uma dívida ao Instituto da Vinha e do Vinho, mas nega que a instituição a que preside deva seis milhões de euros a três institutos públicos do Ministério da Agricultura.
Há contas a acertar entre a Casa do Douro e o Instituto dos Vinhos do Douro e Porto, admitiu o mesmo responsável mas não há qualquer suporte documental para uma dívida reclamada pelo ex-Instituto Nacional de Garantia Agrícola (INGA).
Manuel António Santos disse ainda à Lusa que o Estado e o ministro da Agricultura não têm cumprido as obrigações que têm para com a Casa do Douro e lembrou que o ministro nunca respondeu aos convites para ir ao conselho regional de Vitivinicultores da Casa do Douro explicar toda a situação à volta da instituição.
Relativamente às acusações de má gestão, por parte da direcção da Casa do Douro, disse que o ministro "pode acusar o que quiser", "tem é que provar" o que afirma. "Desde 1999, todos os anos a minha gestão tem dado resultados positivos", afirmou o presidente da Casa do Douro, defendendo que o que faz com que os resultados consolidados sejam negativos é o serviço da dívida anterior. “O Estado não pode abdicar das suas responsabilidades" nessa matéria, acrescentou.
A dívida da Casa do Douro ascende a cerca de 120 milhões de euros.
O presidente da Casa do Douro afastou a hipótese de se demitir, dizendo que está ao serviço dos vitivinicultores. "O poder político quer destruir esta instituição mas nós estamos aqui para defender os pequenos e médios vitivinicultores", referiu. |