Reforma da OCM do Vinho: Bruxelas espera um acordo político a 19 de Dezembro
Agroportal | 13-12-2007

A comissária europeia para a Agricultura, Mariann Fischer Boel, disse no Parlamento Europeu que acreditava estar para breve um acordo sobre a sua controversa reforma do sector do vinho, mas alertou que não aceitava que o texto apresentado pela Comissão fosse demasiado suavizado.

Um primeiro compromisso sobre a reforma do sector chegou a estar previsto para Novembro, mas os desacordos são tais que a perspectiva de um acordo político passou para 19 de Dezembro, data do próximo Conselho europeu dos ministros da Agricultura.

O projecto de reforma, segundo a Comissão, permitirá à UE, que perde quota de mercado há 20 anos, adaptar-se à concorrência dos vinhos do "Novo Mundo" (Califórnia, Austrália, América do Sul,...).

A Comissária admitiu "ver vantagens" em reduzir de cinco para três anos o período durante o qual a UE entende pagar prémios ao arranque de até 200.000 hectares de vinhas para combater a sobreprodução estrutural, como foi sugerido por uma maioria de eurodeputados e alguns Estados membros.

Pelo contrário, diz-se irredutível sobre os apoios à destilação para álcool de boca, um mecanismo de combate aos excedentes de produção que a França pretende manter e que deve, segundo a Sr.ª Fischer Boel, "ser totalmente abolido e não reintroduzido pela porta pequena".

A comissária disse também ter alguma flexibilidade sobre a introdução de medidas ligadas à inovação ou à reestruturação das adegas.

Um outro pomo de discórdia entre países do sul da Europa que proíbem e os do norte que praticam de forma tradicional, é a adição de açúcar ao vinho (chaptalização).
A Sr.ª Fischer Boel disse que não estava disposta a aceitar o statu quo. Qualquer compromisso implicará "novas condições" à sua manutenção.

Quanto a outro pacote da reforma que prevê uma desregulamentação dos direitos de plantação de vinha, a Sr.ª Fischer Boel salientou que uma coisa era "clara": uma data para o fim do sistema dos direitos de plantação é indispensável".
A Comissão tinha avançado o ano de 2014, mais já disse estar disposta a recuar de um ou dois anos essa data. "Isso fará parte do compromisso final", referiu Fischer Boel

Na terça-feira os eurodeputados debateram a reforma do sector vitivinícola na União Europeia, líder mundial na produção, consumo, exportação e importação de vinho, e cujo parecer é consultivo a este respeito, e elaborou um compromisso que foi submetido ontem a votação no plenário.

 
 
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