Exportação cresceu 7,5% em valor nos últimos dois anos
Diário Digital | 07-12-2007

A exportação de vinhos portugueses cresceu, em valor, 7,5% nos últimos dois anos, apesar de ter registado um decréscimo de 2% em quantidade, o que representa «uma subida na cadeia de valor».

Os dados foram divulgados hoje no Fórum Anual do Sector do Vinho, promovido pela ViniPortugal e pela Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), em Santarém, pelo responsável pela parceria que vigorou entre as duas instituições entre Julho de 2005 e Julho de 2007.

Manuel Gaeiras, que citou dados do Instituto Nacional de Estatística que referem valores da exportação de vinhos portugueses (sem o vinho do Porto) em 2006 da ordem dos 216 milhões de euros, frisou o crescimento das vendas para mercados como os Estados Unidos, a Alemanha, o Reino Unido e o Brasil, com um pequeno decréscimo nos países nórdicos, no período em que vigorou o projecto.

Segundo os dados mais recentes hoje divulgados, da responsabilidade da AC Nielsen, entre Outubro de 2006 e Outubro de 2007, as vendas de vinhos portugueses nos Estados Unidos cresceram 34,7% em valor e 11,3% em volume.

O responsável pela AICEP, Rui Marques, anunciou o fim da parceria com a ViniPortugal, por exigência das novas regras do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN).

Segundo disse, a AICEP vai ser um organismo técnico de acompanhamento, alertando os produtores presentes no encontro de hoje para o calendário de candidaturas ao QREN, com dois concursos já a decorrer, um até ao final do mês para propostas colectivas com vista à internacionalização, e outro até final de Janeiro para propostas individuais ou em cooperação.

Segundo disse, a AICEP vai ter a funcionar uma melhor estrutura de apoio, com quatro gestores de clientes para o sector do vinho, dois em Lisboa e dois no Porto.

Vasco d`Avillez, da ViniPortugal, afirmou que em 2008 vão ser investidos 3,8 milhões de euros em acções a desenvolver nos mercados internacional (3 milhões) e nacional (800 mil), frisando que este representa dois terços do consumo da produção nacional.

As apostas vão continuar a fazer-se sobretudo nos três mercados apontados como prioritários no estudo de Michael Porter - Reino Unido, Estados Unidos e Alemanha, disse.

Segundo Vasco d`Avillez, a ViniPortugal está a fazer um estudo estratégico sobre o mercado português para fundamentar a campanha de publicidade que será desenvolvida a nível nacional, com forte aposta nos segmentos mais jovens da população.

A ViniPortugal vai candidatar ao QREN uma série de acções que visam a promoção internacional dos vinhos portugueses e que vão decorrer em países considerados «prioritários» - Reino Unido e Estados Unidos -, «relevantes» - Alemanha, países nórdicos, Bélgica, Brasil, Canadá e França -, e «emergentes» - Macau, Hong Kong, China, Angola, Índia e Espanha.

Dora Simões, secretária-geral da ViniPortugal, afirmou que o estudo da AC Nielsen prevê uma taxa de crescimento das vendas nos Estados Unidos de 2,5% até 2011, sendo objectivo atingir, em 2010, os mil milhões de euros de facturação nos mercados norte-americano e britânico.

No mercado norte-americano, a ViniPortugal vai tentar penetrar no mercado de maior projecção daquele país, a Califórnia, tendo previstas acções também na Florida e em Nova Iorque.

Em Janeiro, vai realizar-se o I Fórum Anual de Importadores nos Estados Unidos, iniciativa considerada fundamental para a promoção dos vinhos portugueses, disse.

Entre muitas outras iniciativas previstas para aquele mercado, a ViniPortugal vai apostar também na promoção no retalho e na restauração, convictos de que «a prova leva à compra», adiantou.

A reunião de hoje, que reúne os mais representativos agentes económicos do sector, conta com a participação de Roger Voss, jornalista da revista norte-americana Wine Enthusiast.

A ViniPortugal, associação inter-profissional privada, comemora dez anos de actividade.

 
 
English