A Comissão de Agricultura do Parlamento Europeu (PE) votou ontem um relatório que recusa a liberalização automática dos direitos de plantação, prevista na proposta da organização comum do mercado do vinho apresentada pela Comissão Europeia.
Os eurodeputados querem ainda limitar a três anos o apoio ao arranque da vinha, manter a prática da adição de açúcar para aumentar o teor alcoólico (chaptalização) e a ajuda à destilação, entre outras alterações à proposta de Bruxelas.
A ajuda à destilação do álcool de boca (essencial para produzir vinho do Porto, por exemplo deve ser mantida através dos envelopes nacionais, consideram os eurodeputados.
Este voto pelos eurodeputados põe em causa pontos muito importantes da proposta da comissária Marionn Fischer Boel e que tem sido ainda contestada por vários Estados-membros sob vários aspectos.
Segunda-feira, o ministro da Agricultura português, Jaime Silva, tem em mãos a árdua tarefa de negociar com os seus homólogos dos 27 uma saída negocial, para chegar a acordo político ainda durante a presidência portuguesa.
Ontem, o relatório do eurodeputado italiano Giuseppe Castiglione (PPE) foi aprovado por 31 votos, sete contra e três abstenções.
Os eurodeputados recusam-se a aceitar a liberalização total dos direitos de plantação nos vinhos protegidos por denominação de origem e indicação geográfica.
Em relação ao arranque da vinhas, o período previsto de cinco anos deverá ser reduzido a três, de modo a que decorra o mais rapidamente possível, recalculando as fatias orçamentais previstas para o prémio ao arranque.
Quando à chaptalização (muito praticada no Norte da Europa, nomeadamente na Alemanha), a Comissão de Agricultura sugere que seja mantida onde esta é tradicional, com um abandono progressivo depois de 2012. |