A Adega Cooperativa de Redondo (AcR) fechou a campanha das vindimas com a segunda maior produção de sempre da sua história: pouco mais de 17 milhões de quilos de uva.
Mas se os resultados quantitativos satisfazem as necessidades de mercado, até pelo facto de, até ao final do mês, irem ser disponibilizados aos consumidores alguns vinhos da colheita deste ano, é em relação à qualidade da matéria-prima que os resultados são ainda mais satisfatórios.
Aquele que é um dos maiores produtores nacionais, por força dos 2.700 hectares de vinha de 230 associados, não tem dúvidas: "o balanço das vindimas deste ano é bastante positivo", reconhece João Vieira de Carvalho.
Para o Director-Geral da Adega Cooperativa de Redondo, "a campanha superou grande parte das expectativas, não só em quantidade, mas sobretudo em qualidade. Deram entrada nas nossas instalações um pouco mais de 17 milhões de quilos de uva, com a particularidade de, em relação aos vinhos brancos, se ter registado uma quebra na produção na ordem dos 25 por cento".
Números que "por serem um pouco inferiores à campanha de 2006, impedem-nos de manter a tendência de crescimento das vendas registada nos últimos anos", como faz questão de realçar João Vieira de Carvalho. "No entanto, como a diferença nem chega ao meio milhão de quilos, temos todas as condições para manter o Porta da Ravessa como líder de vendas absoluto e o Real Lavrador como uma das cinco marcas mais vendidas no país.
Também estamos optimistas em relação ao Anta da Serra, que mesmo tratando-se de um vinho do segmento superior, tem beneficiado de um grande incremento nas vendas, seja na restauração, como na grande distribuição. Uma vez que não temos excedentes, no final do mês de Novembro, as nossas duas marcas mais conhecidas já vão estar disponíveis para os consumidores com a colheita de 2007".
No caso da Adega Cooperativa de Redondo, as vindimas decorreram no período compreendido entre os dias 27 de Agosto e 4 de Outubro. Para o enólogo Pedro Hipólito, "um clima bem mais ameno que o registado na vindima de 2006" justifica os resultados quantitativos e qualitativos registados este ano. "As temperaturas médias foram mais baixas, tanto no ciclo vegetativo, como na maturação das uvas e apesar de ter ocorrido precipitação, pode afirmar-se que sucedeu nas alturas certas".
Quando instado a pronunciar-se sobre os vinhos que os consumidores podem esperar, Pedro Hipólito não tem dúvidas: "os vinhos tintos vão ser mais concentrados, com taninos bastante suaves e menos alcoolicos. Quanto aos brancos e rosés, vão ser mais aromáticos e frescos. Tudo isto é resultado da homogeneidade verificada nas diversas maturações, o que veio de encontro ao programa de qualidade implantado na adega há vários anos".
A área total dos 230 associados da Adega Cooperativa de Redondo, na ordem dos 2.700 hectares, representa 12 por cento da área do Alentejo e mais de 90 por cento da sub-região de Redondo.
A vindima deste ano representou a segunda melhor campanha da história da Adega Cooperativa de Redondo, conforme se pode analisar pelos números dos últimos sete anos. |