Angola comprou este ano, até Outubro, mais de 1,8 milhões de litros de vinho do Alentejo e deve destronar os Estados Unidos do primeiro lugar no ranking dos países importadores dos tintos e brancos alentejanos.
O país africano, que já liderava em Outubro as importações de vinhos do Alentejo, pode tirar, este ano, aos Estados Unidos o primeiro lugar na lista de mercados importadores, que detém há cerca de uma década.
O presidente da Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA), Joaquim Madeira, disse hoje à agência Lusa que os produtores de vinho do Alentejo já exportaram este ano quase 10 milhões de litros de vinho, o que corresponde a mais de 11% da produção da região, em 2006.
De acordo com dados da CVRA, a que a Lusa teve acesso, Angola, Suiça, Brasil e China, apresentam-se como os «mercados de maior crescimento».
Tiago Caravana, responsável pelo departamento de marketing da CVRA, precisou que Angola, Brasil, Estados Unidos, Suiça, China e Canadá são, respectivamente, os actuais primeiros seis mercados dos vinhos da região alentejana.
O presidente da CVRA considerou que Angola constitui «um mercado explosivo, em termos de crescimento».
«Há uma apetência naquele país africano para os vinhos portugueses, sobretudo para os produzidos no Alentejo, e não são vinhos de qualidade inferior», afirmou.
A Adega Cooperativa de Borba e a empresa produtora de vinho Monte Seis Reis, na zona de Estremoz, são duas das empresas do Alentejo que exportam para Angola.
Em declarações à Lusa, o director-geral da adega de Borba, Francisco Henriques, corroborou a opinião de que Angola é «um mercado em crescimento, muito dinâmico, à procura de vinhos do Alentejo, sobretudo de gama média alta e topo de gama».
Hélder Almeida, proprietário da empresa Monte Seis Reis, salientou também que o mercado angolano está «em grande desenvolvimento e com um futuro muito promissor para os vinhos portugueses».
Uma outra empresa de Estremoz, que produz o vinho Porta de Santa Catarina, vai também começar a exportar para Angola em 2008, de acordo com o sócio-gerente, José Poeiras.
«Trata-se de um mercado em expansão, principalmente para vinhos de gama média alta e topo de gama», frisou o empresário.
Alemanha, Bélgica, França, Luxemburgo e Holanda são outros mercados da União Europeia que compram os vinhos da região, também exportados para países como o Japão, Vietname, Tailândia, Índia e Emirados Árabes Unidos.
De acordo com Joaquim Madeira, os produtores de vinho do Alentejo têm vindo também a conquistar espaço em Portugal, atingindo actualmente 46% do mercado nacional de vinhos de qualidade.
Este ano, a produção de vinho do Alentejo deve totalizar entre 84 e 85 milhões de litros, segundo o presidente da CVRA, o que representa uma quebra de cerca de 10% face a 2006.
Apesar disso, Joaquim Madeira garantiu que os indicadores apontam para um ano de vinho de «excelente qualidade».
O Alentejo abrange oito sub-regiões vitivinícolas: Portalegre, Borba, Redondo, Reguengos de Monsaraz, Vidigueira, Moura, Évora e Granja/Amareleja. |