O presidente da ViniPortugal garante que Portugal vai este ano conseguir escoar a totalidade do vinho que produziu em 2006, nada menos de sete milhões de hectolitros. Uma situação que diz ser inédita. "Pela primeira nos últimos 10 anos não ficarão stocks", assegurou ao DN Vasco d'Avillez.
Um optimismo contrariado, no entanto, pelos presidentes das comissões vitivinícolas do Dão e dos Vinhos Verdes e pelo secretário da Federação Nacional das Adegas, os quais defendem que há ainda muito vinho para vender.
A análise de Vasco d'Avillez baseia-se na evolução das vendas registadas até Julho último, comparativamente a igual período de 2006. Diz o presidente da ViniPortugal que, dos sete milhões de hectolitros produzidos no ano passado, cerca de 4,8 milhões são para consumo nacional e os restantes 2,2 milhões se destinam aos diversos mercados externos.
Explica ainda que, tradicionalmente, há uma média de 500 mil hectolitros que todos os anos ficam sem comprador, mas que, este ano, estão a ser escoados devido ao crescimento das exportações e à expectativa de uma redução de cerca de 20% na produção vitivinícola na actual vindima.
"Neste momento já quase não há vinho branco em Portugal para vender. O que há não vai chegar até ao Natal, o que implica que muito do vinho que está a ser feito nesta vindima vai já ter de ser vendido em 2007. Não era uma situação nada habitual no vinho branco", reconhece Vasco d'Avillez.
O presidente da ViniPortugal classifica o momento de "muito positivo" já que o sector está a laborar num novo quadro, "não com enormes stocks mas a caminhar para o equilíbrio entre a oferta e a procura".
Vasco d'Avillez explica, contudo, que "não vai faltar vinho", o que não haverá "é sobras". E, eventualmente, "pode haver é um pouco mais de vinhos importados". Mas sublinha que a importação de vinhos engarrafados representa apenas 1% do consumo nacional. O presidente da ViniPortugal prefere destacar que o crescimento das exportações tem sido na ordem dos 7% nos últimos três anos. Com perfomances muito positivas em mercados como o Canadá, o Brasil e Angola. |