A empresa vinícola João Portugal Ramos deverá integrar o G7, grupo responsável pela organização da promoção de vinhos portugueses no estrangeiro, sendo que a decisão será tomada na assembleia-geral de Dezembro, disse à Lusa fonte da entidade.
O G7 foi fundado em 1992, quando os sete maiores produtores portugueses decidiram juntar-se numa organização que assegurasse em conjunto a promoção e comercialização dos seus vinhos.
Dos fundadores, continuam a fazer parte da organização a Aliança, Quinta da Aveleda, Bacalhôa - Vinhos de Portugal, Esporão, José Maria da Fonseca e Messias.
Ao fim de 15 anos, a Sogrape, o maior produtor português, decidiu abandonar o G7 e estabelecer uma estrutura própria de promoção e comercialização.
Depois de terem visitado o Canadá, representantes do G7 estão actualmente nos Estados Unidos para várias acções de promoção dos melhores vinhos que representam.
Uma das acções mais importantes terá sido a que tiveram na escola do Instituto de Culinária da América (CIA), em Hyde Park, Nova Iorque, onde puderam demonstrar a qualidade dos vinhos portugueses a chefe de cozinha e alunos.
Bernardo Gouvêa, administrador da Bacalhôa, disse à Lusa que os chefes de cozinha ficaram "verdadeiramente impressionados com a relação qualidade preço dos vinhos portugueses".
Messias Vigário, administrador da Messias, adiantou à Lusa que todos os anos a organização do G7 "tem melhorado a qualidade dos vinhos" que são apresentados nos Estados Unidos da America.
"Diz-se que a melhoria dos vinhos em Portugal está ligada ao esforço de pequenos produtores, mas o G7 tem contribuido ainda mais que os pequenos produtores, porque fazêmo-lo em larga escala. Não fazemos milhares de garrafas, mas em alguns casos milhões de garrafas e, nesses milhões, temos melhorado muito os nossos vinhos e estamos hoje com vinhos excelentes", sublinhou Messias Vigário.
"O mercado norte-americano é sempre difícil porque é um mercado em que todos os países produtores de vinhos apostam e focam as suas publicidades. É mais fácil entrar num mercado mais pobre, mas que tem menos apostas", acrescentou o responsável.
Para o administrador do Bacalhôa, é "impossível concorrer com as grandes casas vinícolas europeias, como as da França, que fazem grandes campanhas de publicidade nos Estados Unidos", pelo que Portugal "tem de concorrer apenas pela qualidade, mostrando-a aos agentes que podem ser mais influentes», como os críticos de vinhos e os chefes de cozinha.
"Para a conquista deste mercado é necessário qualidade e muito dinheiro. Como dinheiro não temos, vamos divulgar esta qualidade", concluiu Bernardo Gouvêa. |