A APCOR vai tentar a revisão do significado da palavra “corked” (gosto a rolha) na próxima edição do Dicionário Oxford Inglês. O objectivo é retirar o factor negativo de defeitos no vinho.
A Associação Portuguesa de Cortiça (Apcor) está a tentar a revisão do significado da palavra “corked” (gosto a rolha) na próxima edição do Dicionário Oxford inglês. Esta iniciativa tem por objectivo fazer com que a cortiça não seja citada como a única causa dos defeitos encontrados no vinho.
Presentemente, o Dicionário de Oxford define “corked” como “ um vinho que está afectado por cortiça de má qualidade”. Um vinho que mostra sinais de mofo é geralmente associado ao composto químico denominado TCA (2,4,6-Tricloroanisol), vulgarmente chamado de “gosto a rolha” ou “cork taint” em inglês. O TCA é um composto que é frequentemente encontrado na água, vinho, cerveja, bebidas espirituosas, comida e embalagens para comida, e cortiça.
No entanto, o vinho vedado com outros materiais, como alumínio ou plástico, também pode exibir sinais de sabor a mofo.
Com os recentes avanços na qualidade da indústria de cortiça, as rolhas tem vindo a diminuir drasticamente os valores de TCA, chegando mesmo a baixar os seus níveis em mais de 70 por cento. Neste sentido, a Apcor forneceu aos editores do Dicionário de Oxford informação e evidências deste facto, estando em curso a avaliação da possível correcção do dicionário.
“Os consumidores já preferem as rolhas de cortiça como vedante para vinho. Se for possível alterar a definição de “corked wine”, a associação que normalmente é feita entre cortiça e vinho com sabor a mofo pode ser progressivamente corrigida” diz Elisa Pedro, Directora de Relações Internacionais e de Comunicação da Apcor.
Esta é mais uma das acções da Campanha Internacional da Cortiça que se encontra neste momento em curso e que visa a promoção da cortiça nos mercados internacionais, principalmente nos três mercados-chave para o sector.
No Reino Unido, as acções a desenvolver estão orientadas para o retalho inglês e para o consumidor. A comunicação dirigida ao trade divulgará todo o investimento realizado pelas empresas portuguesas em Investigação e Desenvolvimento, mostrando que a rolha de cortiça é para o vinho um sinal de qualidade e de diferenciação positiva. Já para o consumidor as mensagens terão por base os argumentos emocionais ligados ao ritual de abertura de uma garrafa.
Nos Estados Unidos, a indústria de cortiça tem como objectivo provar aos produtores de vinho que a rolha de cortiça é um produto de alta qualidade e insubstituível para o consumidor. Contará, ainda, com a promoção da cortiça enquanto material de construção, com acções dirigidas a arquitectos e designers.
Na Austrália, a campanha dirige-se ao consumidor e ao retalho e vai promover as propriedades únicas da cortiça enquanto produto natural e ambientalmente sustentável.
A dinamização da campanha é da responsabilidade da Apcor, em parceria com o Icep Portugal, no âmbito do Programa de Incentivos de Modernização à Economia (Prime), com um investimento total de cerca de três milhões de euros - com uma participação privada de cerca de 30 por cento. |