O ministro da Agricultura admitiu ontem rever a modulação em Portugal, que actualmente canaliza 10 por cento dos apoios aos agricultores para o desenvolvimento rural, se a União Europeia definir valores superiores no âmbito da reforma da Política Agrícola Comum.
"É evidente que não deixaremos de equacionar a modulação, que actualmente só nós e o Reino Unido aplicamos, de forma voluntária, se a Comissão Europeia vier, no futuro, a definir uma modelação superior", afirmou Jaime Silva em conferência de imprensa no final da reunião informal de ministros europeus da Agricultura.
"Nessa altura, o Governo vai reequacionar o papel da modulação voluntária que o Estado português aplica", acrescentou.
Relativamente à possibilidade de co-financiamento da Política Agrícola Comum (PAC), no âmbito da reforma em preparação, o ministro admitiu tratar-se de um dossier "extremamente sensível e importante".
É que, explicou, "há Estados-membros em situação de finanças extremamente difícil e outros que têm excedentes financeiros e, logo, podem pagar mais, pelo que há que ter um certo cuidado".
"Não queremos re-nacionalizar a PAC, que é uma importante política comum que queremos manter", afirmou, alertando que "o co-financiamento tem riscos, porque quem tem excedentes financeiros pode pagar mais e não se pretende que haja, no fim, distorções de concorrência em função da capacidade dos orçamentos de cada um". |