Vindima deste ano decorre em ritmo mais lento
500 toneladas de uvas já foram recebidas
Jornal da Madeira | 07-09-2007

A vindima de 2007 já vai na segunda semana e, segundo disse ontem ao JM-Economia o presidente do Instituto do Vinho, do Bordado e do Artesanato da Madeira (IVBAM), “está a decorrer de forma mais lenta do que o normal, num perfil muito parecido com a vindima de 2004 em termos de entrada de uvas, fruto do amadurecimento mais lento das uvas nas parreiras”.

Paulo Rodrigues sublinha, todavia, que a “qualidade está a manter-se dentro dos padrões expectáveis para esta época do ano, com o grau médio a andar à volta dos 9,6”. 

Assim, realça que não ter havido praticamente “situações de uvas que não tenham atingido o grau necessário para serem admitidas para Vinho Madeira ou Vinhos de Mesa”, acrescentando que as uvas recusadas tinham um grau inferior a 8 “e nesses casos os viticultores compreenderam a situação e levaram as uvas para casa, para transformar noutro tipo de vinho”, sendo que “essa situação nem chega a 0,2% do total de uvas entregues nos postos de recepção”.

Salientando que o IVBAM “tem toda a gente no campo neste momento” para acompanhar a vindima e “estarmos atentos à evolução climática”, Paulo Rodrigues realça que a zona de São Vicente “já está a vindimar, o Estreito está em grande velocidade, estando já à frente em termos de quantidade de uvas colhidas, pelo que está tudo normal”.

Quanto à quantidade de uvas colhidas e recebidas nos postos de recepção (Funchal, Estreito e São Vicente), o presidente do IVBAM adianta que “já anda à volta das 500 toneladas”, sendo que a previsão até ao final da vindima, que deverá prolongar-se até 15 de Outubro, seja de recepção de cerca de 4 mil toneladas de uvas.

Recorde-se que, tendo por objectivo o apoio à qualidade da uva, os técnicos do IVBAM, das Associações e das empresas do sector do Vinho poder-se-ão dirigir aos viticultores perante a sua solicitação prévia, antes de decidir a colheita, retirando uma amostra das uvas e medindo o grau de álcool provável. Um documento é então entregue ao viticultor onde o valor do grau é referido.

Aumenta comércio de Vinho Madeira

O presidente do IVBAM, a propósito da recusa da Comissão Europeia em revogar o regulamento que proíbe o transporte de líquidos pelos passageiros nos aviões, adiantou ontem ao JM-Economia que os empresários e todo o sector “tem feito um excelente trabalho, encontrando soluções em conjunto” para ultrapassar este obstáculo.

Deste modo, Paulo Rodrigues salienta que o IVBAM vai “muito brevemente abrir o seu espaço para entrega de vinhos e outros produtos regionais líquidos no Aeroporto”, acrescentando que a “loja já está montada” e que “só falta resolver questões burocráticas para a loja começar a funcionar”.

De qualquer modo, considera que a diminuição eventual que possa ter acontecido na comercialização de Vinho Madeira e outros produtos líquidos na Região “é muito diminuta”.

Neste âmbito, o presidente do IVBAM refere que no final do mês de Agosto em termos globais de comercialização do Vinho Madeira “estávamos com mais 8 por cento em termos de valor de negócios e mais 4 por cento em volume”. 

“O sector tem respondido bem e soube ir em frente”, sublinha.

Quanto à adesão dos comerciantes e empresários ao sistema de despacho de bebidas no Aeroporto que o IVBAM vai implementar, adianta “que já existem pessoas bastante interessadas em aderir” e “esperamos que num muito curto prazo as coisas estejam a funcionar”.

O Parlamento Europeu tinha aprovado, anteontem, por esmagadora maioria a revogação do regulamento comunitário que proíbe o tansporte de líquidos nos aviões por parte dos passageiros, argumentando com a ineficácia da proibição do transporte de líquidos na bagagem de mão, a que se somam os incómodos para os passageiros e os custos decorrentes do controlo.

Todavia, a Comissão Europeia defende a manutenção do regulamento por considerar que a “ameaça do terrorismo na Europa continua a ser real”.

 
 
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