A Associação de Municípios Produtores de Vinho (AMPV) vai solicitar uma reunião “com carácter de urgência” ao Ministro da Agricultura para propor a cedência de instalações do Instituto da Vinha e do Vinho (IVV), que o Estado quer vender.
A decisão foi tomada ontem numa reunião na Câmara Municipal do Bombarral entre o conselho directivo da AMPV, liderado pelo presidente da Câmara do Cartaxo, e 13 dos 20 municípios que têm património do IVV e que reivindicam o interesse público para a utilização desse património.
“É uma acção colectiva de defesa junto do ministério para o aproveitamento e valorização do património público que pode ser cedido às autarquias”, revelou o presidente da direcção da AMPV, Paulo Caldas, adiantando que “há imóveis já previstos para venda em hasta pública em Outubro”, como é o caso de instalações em Rio Maior, Almeirim e Cartaxo e ainda terrenos do IVV em Alcobaça, cujo processo está já na Direcção-Geral do Tesouro.
Em cima da mesa esteve também a decisão de encerrar em meados de Julho o Museu Nacional do Vinho, em Alcobaça, na sequência da passagem dos funcionários para o quadro de mobilidade da função pública, o que foi contestado pela Câmara Municipal local. Para Paulo Caldas, “o Museu Nacional do Vinho é algo que apraz valorizar”, mas não há ainda “qualquer feedback” sobre o assunto após contactos mantidos entre a autarquia e o Ministério da Agricultura, sendo intenção da AMPV abordar o assunto na reunião a agendar com o governante. Os municípios pretendem agora “suspender o processo de venda” e estabelecer parcerias com a tutela.
Destino Imobiliário?
De acordo com o autarca do Cartaxo, “não se sabe qual será o destino final, mas a especulação imobiliária é uma das fortes hipóteses”. “Não temos interesse em comprar, temos interesse em consertar uma parceria através de protocolo de cedência de instalações a título gratuito ou por um valor simbólico”, acrescentou Paulo Caldas. |