Cientistas de França e Itália comprovaram geneticamente que a uva possui uma quantidade de substâncias aromáticas acima do normal entre as plantas.
A revista científica britânica Nature divulgou no seu site a sequência genética da uva do vinho, Vitis vinífera obtida por um consórcio franco-italiano. O estudo é assinado por 56 investigadores de instituições dos dois países.
O «sequenciamento» do ADN da uva vinífera revelou o dobro de enzimas vinculadas a óleos essenciais e aromáticos do que o que se notou noutras plantas sequenciadas.
«Além do carácter aromático, a principal surpresa foi descobrir que a uva do vinho tem um arranjo de genoma ancestral, e pode ser útil como um modelo para estudar a evolução das plantas. Em particular, mostramos que a ancestral de muitas plantas com flor veio de uma triplicação do genoma», segundo o investigador Patrick Wincker, do instituto francês Genoscope. A sequência do ADN da uva foi a primeira de uma planta frutífera de importância na agricultura, a segunda de uma cultura agrícola (o primeiro foi o do arroz) e a quarta de uma planta com flores.
Para os autores do trabalho o principal uso da sequência será na identificação de genes envolvidos na resistência a agentes patogénicos. A redução no uso de pesticidas daria um ganho de competitividade à indústria vinícola europeia, actualmente pressionada pela competição de vinhos de outras parte do mundo, como o Chile, Argentina, Austrália, África do Sul, EUA e Brasil. |