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Os mercados alemão e francês são os principais visados por esta campanha, que vai custar 666 mil euros.
A Associação Portuguesa de Cortiça vai lançar uma campanha publicitária em França e na Alemanha para promover as vantagens do uso da rolha de cortiça nas garrafas de vinho.
O investimento ascende a 666 mil euros e vai traduzir-se na criação da figura do embaixador para a cortiça naqueles países. Na Alemanha, por exemplo, está já escolhido um actor e apresentador televisivo localmente muito popular. A campanha deverá decorrer até ao fim de 2007. Estas acções promocionais da rolha de cortiça surgem na sequência da que envolveu José Mourinho durante o ano passado, sobretudo centrada no Reino Unido.
Em curso estão já diversas iniciativas de relações públicas, no âmbito das quais são convidados jornalistas de vários países a visitar algumas zonas de montado de sobro, bem como unidades industriais tecnologicamente evoluídas.
No âmbito destas visitas estão também a ser convidados alguns retalhistas estrangeiros da indústria vinícola.
A verdade, segundo António Amorim, presidente da APCOR, é que os últimos seis anos não têm sido fáceis para a rolha de cortiça. Mercados que tradicionalmente recorriam a este tipo de vedante para vinhos engarrafados, como os Estados Unidos, a Austrália e o Reino Unido, cederam ao avanço dos vedantes sintéticos (rolhas de plástico e cápsulas de alumínio), e os exportadores portugueses ressentiram-se nas suas vendas.
Em Outubro de 2002, um grupo de detractores da rolha de cortiça, liderados pela crítica de vinhos Jancis Robinson - que escreve quinzenalmente no ‘Financial Times’ -, encenaram o funeral daquele produto português na Grand Central Station, em Nova Iorque. “É verdade que passámos um mau bocado, mas o pior já lá vai e já começámos a recuperar quota de mercado”, explica o presidente da APCOR.
O «slogan» da campanha agora em curso é «Real Cork Real Wine», que pretende associar a cortiça a um vinho de qualidade, não descurando as mensagens ambientais, cada vez mais na ordem do dia. O objectivo é fazer passar a mensagem de que a rolha de cortiça é um produto natural, ambientalmente sustentável.
A própria crítica de vinhos Jancis Robinson já veio retratar-se, escrevendo na sua crónica do ‘Financial Times’ que estamos longe de deitar fora os nossos saca-rolhas. Uma alusão clara à importância do uso da rolha de cortiça, que os mercados tradicionais para onde Portugal exporta agora querem recuperar.
Números a reter
A rolha de cortiça é responsável por mais de 68% das exportações nacionais de cortiça e garante 80% da receita florestal suberícola
As campanhas promocionais da rolha de cortiça nacional já abrangeram 13 países, tendo tido José Mourinho como cabeça-de-cartaz em 2006. |
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