Litro de "Porto" ficará 21 cêntimos mais caro
Jornal de Notícias | 17-07-2007

Já se sabia que o fim das ajudas à destilação, como Bruxelas quer, poderia aumentar em 10 cêntimos o preço de cada garrafa de vinho do Porto. Mas, o Instituto dos Vinhos do Douro e Porto fez a avaliação desse impacto e concluiu que, afinal, a subida será superior ao que a Comissão Europeia estimara há um ano.

Nos cálculos do IVDP, cada litro deverá ficar mais caro entre 15 e 21 cêntimos, caso entre em vigor a reforma do vinho preconizada por Bruxelas.

A destilação voluntária visa converter vinhos em aguardentes, algumas delas usadas na produção de vinhos licorosos, como o vinho do Porto.

Para chegar àqueles valores, o Instituto usou dados da Comissão Europeia, dos operadores e das destilarias portuguesas e espanholas, e dizem respeito ao agravamento dos custos na produção. O IVDP alerta que "o fim das ajudas à destilação voluntária vai reflectir-se no preço de venda do vinho do Porto", daí Jorge Monteiro defender a manutenção dessas ajudas, ou a criação de medidas alternativas, nomeadamente apoios efectivos à promoção. Sem aquelas ajudas, o aumento do preço da aguardente pode ter outra implicação. Segundo o dirigente, os países fora da UE poderão aproveitar a situação como uma "oportunidade" e colocar no mercado comunitário aguardentes a preços inferiores. Jorge Monteiro, presidente do organismo, é ainda de opinião que devam continuar a existir apoios para situações excepcionais de quebra do rendimento dos agricultores, e não como as destilações de crise têm sido usadas por alguns estados, de forma sistemática para resolver situações de excedentes estruturais.

 
 
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