A Associação de Defesa do Património de Alcobaça (ADEPA) e a Câmara Municipal local contestaram ontem o encerramento do Museu Nacional do Vinho, na sequência da passagem dos funcionários para o quadro de mobilidade especial da função pública.
"Fui surpreendido", afirmou à agência Lusa o presidente da Câmara, Gonçalves Sapinho, que critica a decisão da tutela de dispensar os funcionários antes de existir um acordo de gestão com a autarquia.
Na sexta-feira, o espaço já não abriu, apesar de existirem negociações entre o Estado e a Câmara para que o museu passasse para a tutela da autarquia. Até ao momento, "ainda não existe nada assinado", pelo que é "incompreensível" a decisão de passar os dois únicos funcionários para o quadro de mobilidade sem garantir a manutenção do museu, disse Sapinho, que revelou estar a Câmara a estudar a criação de uma "fundação" para gerir o equipamento.
Por seu turno, Carlos Mendonça, presidente da ADEPA, falou em "risco para o espólio existente", já que o "museu é deixado ao abandono".
O Museu Nacional do Vinho está instalado numa antiga adega e foi fundada em 1875; funciona como espaço de exposições desde 1986, possuindo exemplares etnográficos únicos, num espólio que conta com dez mil peças. |