O negócio da Dão Sul no Brasil constituído através da joint-venture com as brasileiras Expand e Vitivinícola Santa Maria, que resultou na empresa ViniBrasil - foi alvo de reportagem no "New York Times".
A empresa tem sido frequentemente citada em toda a imprensa internacional pelo facto de a Dão Sul conseguir produzir no Brasil vinho da mesma qualidade daquele que é feito na Europa.
Actualmente, quatro anos depois de a Dão Sul ter comprado terrenos para a produção de vinho no deserto semi-árido do Brasil, mesmo a Sul do Equador; o administrador João Santos mostra como tudo faz sentido. "O0 trabalho árduo, melhor tecnologia e centenas de quilómetros de condutas de irrigação que aproveitam as proximidades do Rio São Francisco permitiram à Dão Sul produzir um dos vinhos tropicais mais bem sucedidos", salientou aquele responsável em entrevista ao jornal norte-americano.
Ao fazer esta aposta, deu novo impulso ao crescente núcleo dos vinhos de "nova latitude", que são produzidos fora dos tradicionais terrenos geográficos do vinho. "Actualmente, produtores como a Dão Sul, de par com outros intervenientes do sector - como a Louis Vuitton Moët Hennessy (LVMH), Pernod Ricard e Veuve Clicquot Ponsardin - estão a investir em países em desenvolvimento, onde uma crescente classe média está a dar origem a mais amantes de vinho.
Ao fazerem-no, estas empresas estão a desafiar o dogma - já com séculos de existência - de que a viticultura tem a ver com território (a ideia de que um vinho reflecte a área onde os seus bagos de uva são produzidos) e com climas temperados", referia a edição de ontem do "New York Times".
A Dão Sul, liderada por Casimiro Gomes integra a rede PME Inovadoras da COTEC e é reconhecida no mercado por marcas como Quinta de Cabriz, Quinta do Encontro, Quinta das Tecedeiras, Quinta do Gradil e Monte da Cal. O investimento da ViniBrasil na América do Sul foi uma aposta feita com base na longa experiência do Brasil em matéria de produção de uvas e de vinho na região Sul. A Dão Sul acreditou que poderia produzir vinhos com a mesma qualidade no Norte do Brasil, mais propriamente no Vale de São Francisco, e os 25 tipos de vinho branco, tinto e espumantes que actualmertte produz naquela região correspondem a 15% da sua produção total.
A ViniBrasil tem vindo a desenvolver novos métodos de produção de vinhos - Lusocastas - que adapta castas portuguesas e internacionais às características dos 300 hectares de vinha, salientava na semana passada o "Notícias Lusófonas" ao noticiar que seriam os vinhos desta empresa que seriam dados a provar ao Papa na sua passagem pelo Brasil. |