O enólogo português Paulo Laureano esteve recentemente em Luanda a promover os vinhos alentejanos da sua herdade, numa prova em que garantiu que a comida angolana liga bem com as castas tradicionais portuguesas.
O conhecido enólogo (Herdade do Mouchão, Ribeira da Ervideira) e agora pequeno produtor de vinhos no Alentejo (550 mil garrafas por ano), aposta sobretudo na qualidade e na diferenciação das castas portuguesas: trincadeira, antão-vaz, aragonês e arinto.
"Portugal é um país relativamente pequeno e precisa de ter algo que o diferencie em termos de marketing", explicou Paulo Laureano à agência Lusa, e essa diferenciação poderá ser feita através das castas portuguesas cuja qualidade é reconhecida internacionalmente.
A Paulo Laureano Vinhos já exporta 70 mil a 80 mil garrafas para o Brasil e espera conseguir alcançar o mesmo em Angola, outro mercado onde existe uma "relação emocional" com o vinho português que se deve aproveitar.
Desde há dois meses que os vinhos deste enólogo estão disponíveis no mercado angolano e Paulo Laureano veio agora a Luanda para "fazer o seguimento" desses vinhos.
'Kalulu' de peixe com tinto
Durante o mês de Março, o enólogo e produtor levou a Portugal uma cozinheira angolana para elaborar alguns dos pratos típicos de Angola em jantares de degustação onde se procurou estabelecer as melhores relações entre comida angolana e os vinhos alentejanos.
"Os tintos a temperaturas baixas ligam muito bem com o kalulu de peixe, os brancos frutados e com madeira dão-se muito bem com os pratos de marisco e os peitos altos ficam bem com o Singularis", o vinho de gama média que Paulo Laureano comercializa agora em Angola.
Três tintos e três brancos são as propostas de Laureano para o mercado angolano: Paulo Laureano Clássico 2005 (feito com as castas trincadeira, aragonês e alicante bouschet), Singularis 2004 (castas aragonês e trincadeira) e Dolium Reserva 2004 (aragonês e trincadeira) nos vinhos tintos e Paulo Laureano Clássico 2006 (roupeiro, antão-vaz e arinto), Singularis 2006 (antão-vaz e arinto) e Dolium Escolha 2005 (antão-vaz) nos vinhos brancos. |