A Adega Cooperativa de Sabrosa está em vias de exportar para o Canadá alguns milhares de litros de moscatel, destinados a igrejas de algumas cidades canadianas.
Segundo o presidente da cooperativa, José Nuno, já foram enviadas amostras daquele vinho para uma organização clerical de Quebec, na esperança de que o negócio se concretize.
José Nuno está confiante no sucesso da operação, por acreditar que o "vinho moscatel da adega reúne características muito próprias, adequadas aos perfis exigidos pelos párocos" daquele ponto do globo.
Será a primeira tentativa de exportação de moscatel, tendo em conta que, neste momento, "o mercado nacional é o grande consumidor", acrescentou. "Durante este ano, penso que o nosso vinho poderá chegar ao Canadá, caso seja escolhido, como pensamos", referiu.
Algumas garrafas de moscatel enviadas para Quebec são da colheita de 2004, dum total de cerca de 40 pipas. Representou a primeira produção da cooperativa, que surgiu a partir de 15 lavradores cujos vinhedos se encontram "nas melhores encostas de Sanfins do Douro", zona produtora por excelência deste vinho licoroso e único, produzido na Região Demarcada do Douro.
O moscatel branco, considerado doce e agradável na boca, assemelha-se às características dos vinhos usados nas missas, habitualmente adocicados, rosados, claretes, ou possuidores de "cor palha", e leves.
Em Portugal, apenas se produz vinho de missa na região do Douro e em algumas zonas do Ribatejo e Extremadura. Vende-se bastante para a Irlanda, mas tinto. Aliás, a maioria dos padres, no nosso país, nem opta pelo vinho tinto (aquele que pode melhor "identificar o sangue de Cristo"), mas sim, pelo branco, por deixar menos vestígios nos tecidos e paramentos do altar após o uso. |