Os vinhos portugueses estão num momento de expansão no Canadá, indicou à Lusa director da delegação do ICEP, ao salientar o crescimento registado em 2006 e as projecções favoráveis no Quebeque.
Luís Moura falava à Lusa na segunda-feira, no decurso da 3ª. Prova Anual de Vinhos Portugueses em Montreal, promovida em parceria com a ViniPortugal, na qual participam 37 produtores nacionais.
A mesma mostra decorrerá na quarta-feira em Toronto (Ontário) e, no dia seguinte, em Calgary, na província de Alberta, onde se realiza pela primeira vez.
O responsável do Instituto do Comércio Externo Português mostrou optimismo sobre a evolução das exportações do sector, dada a previsão da SAQ, empresa monopolista de distribuição de produtos alcoólicos no Quebeque de que "a venda d e vinhos portugueses irá aumentar 50 por cento nos próximos três anos".
Em 2006, as vendas de vinhos portugueses (excluindo o Porto e outros licorosos) registaram aumentos "na casa dos dez por cento" nas três principais pro víncias canadianas onde estão presentes: Quebeque, Ontário e Alberta, apontou.
"No Quebeque, o crescimento foi de 13 por cento no ano passado. Em Alberta, foi de 10 por cento e no Ontário, aguardamos ainda os dados finais, mas fic ou também a esse nível", garantiu.
A região de Quebeque é a principal importadora canadiana de vinhos de Portugal, incluindo vinho do Porto, pelo que as projecções da SAQ geram boas pers pectivas junto dos produtores lusos que cada vez mais procuram expandir-se no me rcado canadiano.
Questionado pela Lusa, Vasco d`Avillez, presidente da ViniPortugal, pre conizou que a estratégia empresarial a assumir deve ser de "qualidade e diferenciação. Até porque há em Portugal castas que mais ninguém tem".
Reconheceu, porém, que os preços de venda ao público dos vinhos portugueses são por vezes elevados, nomeadamente no Quebeque, apesar do seu agravamento se dever às taxas especiais cobradas pelas empresas provinciais monopolistas - a SAQ, no Quebeque, e a LBCO, em Ontário.
É uma situação que não favorece a concorrência face aos adversários dir ectos no mercado: Espanha e países da América Latina, considerou.
Presentes no certame, vários responsáveis de marcas portuguesas de dive rsas regiões referiram à Lusa pretenderem ou estarem já a solicitar autorizações para iniciarem a comercialização no Quebeque e no Ontário, o que permitirá aume ntar a oferta.
Entre eles figuram os produtores Encostas de Estremoz (Alentejo), Quinta da Lagoalva de Cima (Ribatejo-Alpiarça) e Quinta do Ferro (Baião).
Isto enquanto outras marcas já presentes no Canadá procuram expandir-se , algumas tendo optado por não vender certos vinhos directamente ao público, com o os do Esporão ou Quinta da Bacalhoa.
Criada há dez anos, a ViniPortugal é uma associação constituída por org anizações do sector vitivinícola, cuja missão é promover os vinhos portugueses. |