Instalada no Redondo, a empresa produz 2 milhões de litros de vinho e factura perto de milhão e meio de euros por ano.

“Não estamos a saldo”, garante Roque do Vale. “Os problemas que existem são de ordem societária. Tenho um sócio maioritário absentista, que tem dois terços do capital mas nunca esteve por dentro do sector dos vinhos e, como não posso comprar a parte dele, a opção é vender. Ele está decidido a fazer o mesmo”.

O sócio, um tio da mulher, “tem alguma idade e como já ganhou muito dinheiro com a empresa, não compreende por que razão as coisas agora são diferentes. Assim, não podemos continuar”, justifica. Mas, “apesar da crise, a Roquevale está bem de saúde, facturou perto de 1,5 milhões no ano passado e continuará a andar enquanto eu assegurar a sua gestão”, explica.

O projecto dos vinhos nasceu no Redondo em 1989, quando Roque do Vale deixou a presidência da adega cooperativa local, onde esteve dez anos, e decidiu criar o seu próprio negócio.

A Roquevale possui duas herdades com uma área total de vinha que ronda os 185 hectares: o Monte Branco, dirigido à produção de uvas brancas, e a Herdade da Madeira Nova de Cima, com solos vermelhos de xisto, vocacionada para a produção de uvas tintas (80% do total).

A adega, onde existe um pequeno museu com objectos antigos da região relacionados com a vinha e o vinho, vinifica dois milhões de quilos de uva por ano e tem uma capacidade de engarrafamento de seis mil garrafas/hora. Os vinhos de maior qualidade estagiam em barricas de carvalho francês e americano numa ampla cave inaugurada em 2003, onde também se efectua o estágio do vinho em garrafa. A empresa comercializa actualmente cinco marcas de vinho: Tinto da Talha, Redondo, Talhas de Xisto, Alecrim e Roquevale.

A seu cargo, Carlos Roque do Vale tem, além da gestão, o mercado doméstico e os países lusófonos, enquanto a filha Joana, enóloga, se encarrega do resto do mundo: Alemanha, Vietname e Estados Unidos.