No Instituto da Vinha e do Vinho (IVV) há 266 funcionários públicos, que, em 2005, receberam 6,3 milhões de euros (uma remuneração mensal média por pessoa de 1696 euros).
Foi anunciada a sua reestruturação, nos seguintes termos: as actividades inspectivas, que lhe estavam cometidas, passam para a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), com a transferência de 56 funcionários do IVV para aquele organismo; no Instituto ficam 60 pessoas e as restantes 150 serão deslocadas no quadro de supranumerários.
Enquanto, em primeiras reacções, o responsável do IVV manifestava uma preocupada expectativa pela decisão tomada, esperando que ela seja benéfica para os clientes do IVV, um porta-voz sindical classificou-a de uma verdadeira catástrofe.
Acontece que eu tomei conhecimento, há mais de dez anos, de uma auditoria externa ao IVV, que preconizava, já nessa altura, a redução do seu pessoal em, pelo menos, dois terços. Os seus efeitos estão bem à vista:
1) o reforço da ASAE potencia a sua capacidade operacional no sector dos vinhos, tal como o País tem constatado estar a acontecer nos mais diversos sectores, desde a fusão de 13 serviços dispersos e inoperantes, que a criaram. Esperam-se, pois, ganhos de produtividade por parte dos 56 trabalhadores transferidos;
2) o quadro de pessoal do IVV reduz-se em 77%, a produtividade dos remanescentes 60 funcionários deverá multiplicar-se por dois , ou mais;
3) os consumos correntes vão cair mais do que proporcionalmente, com ganho líquido dos organismos envolvidos;
4) o Estado assume a responsabilidade de retreinar e encaminhar os 150 funcionários para novas tarefas mais úteis e necessárias.
A campanha pela modernização a sério do aparelho de Estado arrancou. Esta é apenas a primeira refrega. |