A União Europeia abriu hoje concurso a produtores de bioetanol para tentar desfazer-se de milhares de hectolitros de vinho que ficaram excedentários em cinco países, entre os quais de Portugal.
A oferta de venda, publicada hoje no Jornal Oficial das Comunidades Europeias e que termina no próximo dia 23, diz respeito a mais de 693 mil hectolitros, sendo que a maior parte (250 mil) está armazenado em França. No caso de Portugal, estão para venda 40 mil hectolitros de vinho.
Estes excedentes foram comprados através do Orçamento comunitário através de um expediente – "destilação de crise" – que terá os dias contados. Uma das propostas mais polémicas da reforma do sector do vinho, actualmente em discussão, prende-se precisamente com o fim da intervenção de Bruxelas na gestão de excedentes de vinho.
Portugal é um dos países que se opõe à abolição desta linha financeira que se tem revelado essencial para manter o preço do vinho estável e, simultaneamente, permitir também financiar a produção de aguardente, essencial para o vinho do Porto.
A última decisão respeitante a Portugal data de Julho, altura em que Bruxelas autorizou a destilação de crise de um máximo de 200 mil hectolitros de vinho de mesa, tendo para tal disponibilizado 380 mil euros. |