As cerca de 60 toneladas de uvas que aguardavam em contentores e tractores a entrada na Adega Cooperativa de Lagos, já em risco de apodrecer, foram armazenadas durante o fim-de-semana, disse hoje à Lusa um dos vitivinicultores.
Cerca de uma dúzia de produtores de vinho de Lagos, Aljezur e Portimão manifestaram-se sábado contra a falta de capacidade de armazenamento da Adega Cooperativa de Lagos, que acusam de "nada fazer para melhorar as condições técnicas" das instalações.
Cerca de 60 toneladas de uva estavam há vários dias ao sol e à chuva num parque de estacionamento à porta da adega cooperativa.
Segundo José Seromenho, um dos vitivinicultores do Barlavento algarvio, após o protesto a direcção da adega decidiu manter o seu funcionamento durante o fim-de-semana, "evitando assim o apodrecimento completo da uva que aguardava ao sol e à chuva".
Aquele produtor explicou à Lusa que, se a situação se mantivesse por mais tempo, "a uva corria o risco de se estragar, colocando em causa a qualidade do vinho".
Para José Seromenho, a reparação das cubas, bem como o aumento das condições de escoamento daquela adega algarvia, evitaria problemas semelhantes no futuro.
José Seromenho espera que a direcção da Adega Cooperativa de Lagos mantenha "um funcionamento extra dos seus serviços para receber as várias dezenas de toneladas de uvas que se encontram ainda por vindimar".
Contactada pela agência Lusa, a direcção da cooperativa recusou fazer quaisquer comentários sobre o assunto. |