Esta chuvada forte “veio na pior altura”, diz ao Correio da Manhã José Lemos, director da Adega Cooperativa de Nelas, na Região Demarcada do Dão. Os produtores de vinho estão receosos – porque a chuva continua a cair com intensidade e as uvas mais maduras podem apodrecer.
O mau tempo, ontem, levou em quase todas as regiões vinícolas do País à interrupção das vindimas. José Lemos, da Adega Cooperativa de Nelas, aconselha os viticultores a não vindimarem debaixo de chuva: “As uvas acabam por ser entregues nas adegas muito molhadas e a água retira álcool e qualidade ao vinho.”
As previsões meteorológicas apontam para períodos de chuva até ao meio da próxima semana. “É preferível que os agricultores esperem até lá para vindimar” – diz José Lemos. Mas se a chuva continuar para lá de domingo, acrescenta, “há o sério risco de as uvas ainda por vindimar apodrecerem”.
A sul do País, no distrito de Beja, uma intensa bátega de água caiu ontem de manhã, durante meia hora, sobre milhares de hectares de vinha. “A vindima parou. Não causou grandes prejuízos a não ser a diminuição de cerca de dois graus de álcool”, diz Joaquim Carvalho, presidente da Adega Cooperativa de Vidigueira, Alvito e Cuba.
A Herdade das Rosas, em Vila Ruiva, terá sido mesmo a única que manteve a vindima ao longo do dia. “Só apanhei um terço das uvas. Ainda faltam oito hectares”, disse ao CM o proprietário. |