A Fundação Oriente anunciou que este ano começa a produção "a sério" do Vinho de Colares. Ao jornal Público um dos responsáveis pela sociedade agrícola criada pela fundação para gerir o projecto de defesa daquele vinho, afirmou que a marca Tavares e Rodrigues vai lançar no mercado o Vinho de Colares com novos rótulos e vasilhames.
A firma definiu um estágio mínimo de dois anos para os tintos e nove meses para os brancos, depois desse tempo começam a ser comercializados os "novos Colares". Em declarações àquele jornal o presidente da Fundação Oriente, Carlos Monjardino, mostrou-se convicto no futuro do vinho. "Esta vinha é não só a maior como também é a melhor”, afirmou.
Vicente Paulo, da direcção da Adega Regional de Colares, questiona os procedimentos tomados pela Fundação Oriente na produção do Vinho de Colares. O técnico diz que a instituição introduziu a rega automática "sem qualquer ensaio" e colocou as cepas acima do que está previsto nos regulamentos da região. Vicente Paulo defende a introdução de novas práticas, mas só se testadas e depois de verificar que não põem em causa as características da região. "Não sei que produto é que vão meter na garrafa e se vai poder chamar-se Colares" e acrescenta que o produto "tanto pode ser uma mentira como uma revolução".
A Fundação de Colares gere a Vinha Grande, nove hectares entre a Praia das Maçãs e as Azenhas do Mar comprados em 1999 à empresa Cockburn’s e que pertencem à Tavares e Rodrigues. O objectivo da fundação é defender o Vinho de Colares, por entender que se trata de património cultural e que deve resistir à progressiva urbanização da zona.
A instituição gere ainda quatro hectares da vinha da Quinta do Conde, na Várzea de Colares, propriedade da Fundação Stanley Ho. A fundação de Monjardino prevê vir a produzir neste caso 15 mil garrafas de ramisco e outras tantas de branco. |