A eurodeputada do PCP Ilda Figueiredo considerou hoje «inadmissível» a hipótese de a Comissão Europeia vir a propor o arranque de vinhas em Portugal.
«Achamos inadmissíveis as eventuais propostas que vão no sentido de reduzir o vinho. Andaram a apoiar e a fomentar novas plantações e agora fala-se em arrancar a vinha, não pode ser», disse à Lusa Ilda Figueiredo, após contactos com produtores de vinho da zona de Torres Vedras.
De acordo com a eurodeputada, a Comissão Europeia já anunciou que no final deste mês vai apresentar uma proposta de alteração da actual organização do mercado comum do vinho.
«Consideramos que não só é necessário apoiar a produção do vinho, como também criar mecanismos de promoção da sua comercialização, já que é dos problemas mais sérios para os agricultores e para as adegas cooperativas», sustentou.
Ilda Figueiredo contactou durante a manhã de hoje com produtores de vinho de Torres Vedras e Sobral de Monte Agraço e visitou a adega cooperativa de Dois Portos (Torres Vedras).
«Trata-se de um contacto com o mundo agrícola e com os seus problemas, porque há que dar atenção à produção, comercialização e às dificuldades que os agricultores estão a atravessar resultante da aplicação da Política Agrícola Comum», salientou.
A deputada sugeriu ainda a criação de mais apoios à comercialização, aos mercados locais e uma maior fiscalização da qualidade das importações.
Para Ilda Figueiredo, o comércio do vinho não deve ser liberalizado.
«A agricultura tem especificidades, cada país deve ter direito à sua soberania alimentar, garantir a produção do que consome, e Portugal com a rica produção de vinhos merece ter condições para a sua defesa e promoção«, frisou.
A iniciativa inseriu-se num conjunto de sessões de trabalho que o PCP tem vindo a organizar em vários distritos do País, como forma de assinalar os 20 anos de adesão à União Europeia.
«Temos por objectivo fomentar uma reflexão e um conhecimento mais aprofundado das questões da União Europeia, porque é fundamental para os portugueses saber o que se está a passar, já que as decisões tomadas em Bruxelas influenciam decisivamente a vida de todos», concluiu. |