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O Governo Regional dos Açores vai instalar este ano, na ilha do Pico, o Laboratório Regional de Enologia, para ajudar a "solidificar" o sector do vinho no arquipélago, anunciou hoje o secretário da Agricultura.
Nóe Rodrigues adiantou à agência Lusa que este projecto da constituição do laboratório, que deve entrar em funcionamento em Setembro, pretende contribuir para "certificar, qualificar e acompanhar o processo de produção de vinho" nos Açores.
"O laboratório constitui um instrumento fundamental e vai servir os interesses de todo o sector", assegurou o governante, para quem os vinhos produzidos nas ilhas são cada vez mais apreciados dentro e fora do país.
O novo equipamento ficará instalado no Pico, uma ilha com grandes tradições vitivinícolas e cuja paisagem da vinha foi classificada pela UNESCO como Património Mundial, em 2004.
Trata-se de uma área classificada com vários hectares que engloba uma arquitectura tradicional, vinhedos divididos por muros de pedra basáltica, adegas típicas e algumas espécies raras de fauna e flora na Europa.
Escusando-se a avançar com o valor do investimento previsto, Noé Rodrigues explicou que o laboratório será dotado com "equipamentos de ponta", cumprindo todos os requisitos para ser homologado.
Adiantou, também, que passará a ser possível efectuar análises aos teores de açúcar no vinho e respectivos nutrientes, bem como determinar quais as melhores cepas para se potenciar os níveis de qualidade.
Noé Rodrigues, que avançou que os vinhos açorianos estarão presentes em várias feiras ao longo do ano, sublinhou que, dada a pequena produção anual, "não se justifica" investir, nesta fase, em grandes campanhas promocionais.
Segundo lembrou, a Universidade dos Açores tem realizado cursos práticos sobre vinho, enquanto que o sector do turismo tem apostado, cada vez mais, na divulgação dos produtos locais.
Disse ainda que o projecto do laboratório prevê, num futuro, possibilitar a visita aos turistas, para que fiquem a conhecer o processo de fabrico do vinho açoriano.
Em 2004, os Açores produziram 700 mil litros de vinho de castas europeias - Arinto, Terrantês e, predominantemente, Verdelho - e 500 mil litros de vinho americano da casta Isabella, conhecido na região por "vinho de cheiro".
Nos Açores são comercializadas cerca de duas dezenas de marcas de vinhos de mesa, licoroso e regional oficialmente reconhecidas. |
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