Na entrada no novo ano, a Adega Cooperativa de Cantanhede assume-se mais forte. «Qualidade e competitividade são as palavras de ordem», revela a direcção. Para tal, promete em 2006 modernizar a produção e gestão, intensificar a inovação tecnológica, investir na formação profissional, em estratégias de internacionalização e ainda em revelar um adequado sentido de marketing.
Apesar das novas exigências do mercado e da complexidade da economia nacional, a Adega Cooperativa de Cantanhede promete não baixar ao braços e, no ano que agora começa, promete mostrar o melhor desempenho.
A modernização dos processos produtivos, a inovação tecnológica, novos métodos de gestão, a formação, a internacionalização e o marketing são as grandes apostas para 2006.
Na modernização tecnológica, a acção será ao nível de equipamentos e instalações, uma intenção que tomará corpo através da conclusão do Projecto Investimento Agro (na ordem dos 700 mil euros), que dotará a empresa de condições para apresentar «produtos inovadores ao nível das melhores empresas do sector, com vinhos de topo de gama de elevado nível de qualidade».
A melhoria das condições de higiene e segurança no trabalho; das instalações produtivas; dos meios de apoio aos associados, no âmbito da assistência técnica e da protecção integrada, para além da reorganização interna, no sentido expandir as áreas de marketing e comercialização são alguns de outros grandes benefícios que trará o projecto.
O marketing, a par da comunicação e comercialização são, de resto, algumas das áreas a que a direcção mais está atenta. Há a intenção de desenvolver as principais marcas da adega, nomeadamente, nos produtos “Bairrada”, “Regionais Beiras” e “Mesa”, procurando «dar cada vez mais ênfase ao tratamento cuidado da embalagem, adaptando-a ao nosso consumidor actual e restante segmento de mercado que queremos abranger». Campanhas de promoção, a colaboração com várias instituições na “Rota dos Vinhos da Região”, tirando partido das relações do vinho com a cultura, turismo e gastronomia, assim como a presença em feiras, realização de cursos de provas com restaurantes e hotéis, publicidade e relação com a imprensa são outras das grandes apostas.
«A principal prioridade é posicionar o “nosso vinho”, dando a conhecer um produto de qualidade, criando em seu torno uma imagem de notoriedade e credibilidade», refere a direcção lembrando ainda a importância de «explorar e desenvolver as possibilidades de exportação dos nossos produtos para países ainda pouco “trabalhados” pelos distribuidores do vinho português».
Além da modernização, do marketing e da comunicação, «é preciso mudar mentalidades», acredita a direcção. «O sector cooperativo tem de funcionar como o sector privado e, para isso, tem de ter um conjunto de pessoas com formação adequada a diversos níveis, de modo a poder tem um comportamento de mercado perfeitamente equivalente a qualquer empresa». É, neste âmbito, que para além, da «conquista de capacidade crítica», a Adega Cooperativa quer um maior envolvimento dos associados. «O grau de participação dos associados constitui um factor decisivo para que possamos enfrentar os numerosos desafios que se avizinham. Só a melhoria constante da qualidade da nossa organização interna, permitirá dotar-nos de meios modernos e eficazes de gestão, factor decisivo para o nosso desenvolvimento. Mercados asiático e dos Estados Unidos são prioridade.
Aprovado por maioria, com seis abstenções e nenhum voto contra, o orçamento para 2006 apresenta um volume de negócios para 2006 na ordem dos 5.560 milhares de euros. Um valor a que a Adega de Cantanhede chegou com base não só «numa triagem feita aos principais clientes, comportamento das vendas em Novembro de 2005, na projecção até ao fim do exercício económico corrente, mas também naquilo que poderá ser o mercado a curto prazo».
Neste âmbito, os objectivos prioritários da direcção passam pela abordagem aos mercados dos Estados Unidos e asiático. «Paralelamente, pretendemos reforçar as nossas posições nos mercados tradicionais, com destaque para África do Sul, Canadá, França, Bélgica, Alemanha, Reino Unidos, Venezuela e Brasil. Iremos recuperar posições perdidas nos países escandinavos e tentar penetrar no mercado senegalês. Continuaremos a estar presentes nos países lusófonos».
A direcção reconhece que face ao cenário económico actual, «alcançar o objectivo de vendas proposto e projectar um crescimento da quota de exportação não é tarefa fácil», no entanto, «não é uma meta impossível». «Estamos habituados a enfrentar dificuldades. Vamos continuar a lutar até aos nossos limites». |