Sabia que as rolhas de cortiça, além de vedar o vinho, possuem efeitos benéficos para o vinho do ponto de vista organoléptico e, mais importante ainda, para a saúde dos consumidores? Quem o descobriu foram os investigadores da Unidade de Tecnologia da Cortiça do INETI (Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação), dirigida pelo Eng.º Luís Gil.
Os investigadores acabaram por demonstrar, num estudo prévio divulgado na revista da Ordem dos Engenheiros, que a cortiça influencia positivamente o vinho, ao contrário dos vedantes sintéticos, pois «os componentes da cortiça com interesse para a evolução do vinho podem migrar para este, nomeadamente compostos orgânicos voláteis responsáveis por odores e sabores». Para além destes aspectos organolépticos, os polifenóis que passam da cortiça para o vinho também possuem efeitos benéficos para a saúde, pois exercem uma actividade antioxidante que proporciona a redução de riscos cardiovasculares e poderá a prevenir doenças degenerativas.
É neste sentido que equipa Unidade de Tecnologia da Cortiça do INETI está a desenvolver o seu estudo. Em concreto, pretende-se analisar a quantidade de acutissimina A – composto produzido quando a cortiça contacta com o vinho – formada ao longo do tempo, bem como a influência de determinados parâmetros, como por exemplo o tipo de rolha. Segundo os especialistas, a acutissimina A é «um agente antitumoral cerca de 205 vezes mais potente do que um dos mais correntes fármacos anticancerígenos utilizados clinicamente. |