O projecto Cartaxo Capital do Vinho vai conhecer um novo impulso em 2006 e 2007 para projectar a produção para o mercado externo.
A Câmara do Cartaxo quer aprofundar a sua relação com casas agrícolas e produtores de vinho na procura dos melhores negócios e aposta no potencial exportador.
Foi para dar maior visibilidade aos vinhos do Cartaxo e do Ribatejo que o presidente da Câmara do Cartaxo, Paulo Caldas (PS), justificou a passagem do Festival do Vinho do Cartaxo para o Centro Nacional de Exposições (Cnema), em Santarém, aproveitando um potencial de 350 mil visitantes no âmbito da realização da Feira Nacional de Agricultura.
Num encontro com cerca de 20 produtores, realizado quinta-feira, na Quinta das Pratas, Paulo Caldas indicou que há muito a melhorar ao nível da produção e distribuição para que os vinhos do Cartaxo tenham maior acolhimento no mercado internacional.
Nesse sentido, anunciou que 2006 e 2007 vão ser anos de reforço do projecto Cartaxo Capital do Vinho e de afirmação do concelho como terra de tradição vitivinícola.
Folhetos mais completos do Museu Rural e do Vinho e do concelho com a sua história, cultura e actualidade, a criação de um livro de bolso sobre o Cartaxo, vinhos e casas agrícolas, merchandising com canetas, pins, porta chaves, entre outros objectos, e a colocação de cartazes com o logotipo Cartaxo Capital do Vinho nas entradas da cidade são alguns dos investimentos a realizar nos próximos dois anos.
A aposta na visibilidade do projecto será reforçada com a criação de sinalética turística para tornar a cidade mais atractiva e com referências à sua tradição vitivinícola, bem como o reforço da qualidade da informação do posto de turismo e o embelezamento das rotundas da cidade com temáticas ligadas ao vinho.
Como explicou o responsável pelo projecto na autarquia, José Arruda, está ainda em curso um processo de geminação com quatro cidades europeias com tradição vitivinícola - Logroño (Espanha), onde o Cartaxo vai participar, em Março, no Fórum Mundial de Vinhos e tentar a assinatura de um pré-acordo de geminação, mas também Beaune (França), Siena (Itália) e Tripolis (Grécia).
A apresentação de vinhos do Ribatejo em Nova Jersey e Nova Iorque, com apoio da embaixada portuguesa nos Estados Unidos e do ICEP, assim como viagens a feiras em Angola e Moçambique, são acções a desenvolver. Até Março o Cartaxo pretende ainda candidatar-se à organização do Encontro de Cidades Europeias do Vinho durante a Feira dos Santos-ExpoCartaxo.
Segundo Paulo Caldas, o Museu Rural e do Vinho será uma das alavancas do projecto para encontros com produtores, provas e venda de vinhos. “O Cartaxo tem muito a ganhar com o projecto do vinho, ligado à gastronomia, turismo e lazer. É significativo que o Governo tenha apontado, como prioridade do plano estratégico para o Turismo, a gastronomia e o vinho”, recordou.
O autarca atacou ainda quem critica sem sentido e deixou o aviso que não vai deixar que o projecto seja “estragado por politiquices”.
Apesar das novidades apresentadas, alguns produtores presentes sugeriram formas de melhorar a divulgação do projecto ligado ao vinho. Joaquim Pedro Monteiro (Quinta do Falcão) referiu que a câmara deve deixar o protagonismo das iniciativas aos empresários, mas não desprezando os seus incentivos. “Há que transformar o Museu Rural e do Vinho, torná-lo num wine bar, realizar debates sob a responsabilidade dos produtores”, aventou o empresário.
Programar os eventos com antecipação foi a sugestão deixada pelo presidente da Adega Cooperativa do Cartaxo. Para que sejam atraídas as pessoas certas, mas também para que se faça um balanço correcto que como corre cada organização.
Por seu turno, o professor de viticultura em Torres Vedras, Luís Salvador, sustentou que falta mão-de-obra qualificada no sector e que uma escola vitivinícola no Cartaxo seria uma boa opção para formar quadros que prestem melhor apoio técnico aos produtores. |