Animar a diversificar a oferta turística das caves de vinho do Porto, em Gaia, é o objetivo do novo centro de visitas da Taylor`s que terá mais tecnologia e interatividade e que deverá abrir em março.
"É altura de reinventar", explicou Adrian Bridge, diretor geral da holding `The Fladgate Partnership`, detentora das caves Taylor`s, Kroft, Fonseca e Krohn e para quem nos atuais 16 centros de visitas tradicionais que existem em Gaia "a oferta turística é limitada".
A finalidade do novo centro é alterar o modelo tradicional, a funcionar na Taylor`s já há 35 anos, em que "o cliente chega, dá a voltinha com o guia, senta e prova", ficando limitado à "qualidade do guia" e ao tempo da visita que não ultrapassa os 20 a 30 minutos.
A empresa quer agora dar ao turista "a oportunidade de fazer a sua própria experiência" nas caves, podendo fazer a visita sozinho com recurso a um áudio guia e tendo depois uma prova acompanhada.
O objetivo "é alterar o modelo e usar mais tecnologia e interatividade com áudio guias", destacou o responsável para quem assim será possível "animar e diversificar a oferta turística", aumentando o número de visitantes durante o ano inteiro e eliminando a época baixa.
"Estamos a fazer um investimento de um milhão de euros para fazer um centro de visitas mais ligado ao século XXI", realçou Adrian Bridge, segundo o qual o novo espaço terá a capacidade para receber "o dobro" dos atuais 86 mil visitantes por ano.
O novo centro de visitas da Taylor`s, que deverá abrir em março, irá funcionar entre as 10:00 e as 18:00 durante o ano todo, terá uma sala VIP de provas, vídeos explicativos, acesso a pessoas com mobilidade reduzida, museu, história da família por detrás da Taylor`s e, para começar, áudio guias em cinco línguas (Português, Inglês, Francês, Espanhol e Alemão).
Com o audioguia, que numa segunda fase estará disponível em 10 línguas, o diretor geral acredita que o turista terá acesso a uma história sempre correta e a "tecnologia com mais imagens e mais interatividade".
Numa altura em que se fala na eventual classificação pela UNESCO das caves de Gaia, o diretor-geral da `The Fladgate Partnership` lembra que "é importante preservar a história sim, mas mais importante é não congelar".
"O risco de classificação é o de congelar e, dentro de 10 a 15 anos, corre-se o risco de haver um centro em ruínas", destacou.
As caves têm interesse em manter alguns espaços para atrair turistas mas, e segundo Adrian Bridge, querem deslocar os armazéns de vinho do Porto para mais próximo da zona de produção no Douro, até pela própria segurança dos trabalhadores.
Quanto à classificação pela UNESCO, que já em novembro levou a Associação de Empresas do Vinho do Porto (AEVP) a assumir ter algumas preocupações quanto às limitações que tal implica, Adrian Bridge defende que deve haver "diálogo entre os donos [dos armazéns de vinho do Porto em Gaia] e quem quer fazer a candidatura" e que este é o momento ideal para encetar conversações. |