O reinício há duas semanas da Associação de Municípios de Trás-os-Montes e Alto Douro (AMTAD), que esteve inactiva vários meses, não é a garantia de um órgão supramunicipal para o Douro.
Mesmo assim, o presidente diz-se disponível para apoiar a criação de um núcleo. “É importante que o Gabinete Técnico Intermunicipal (GTI) recomece, já que a AMTAD não substitui este órgão de gestão”, comentou ao JANEIRO João Batista, eleito há dias presidente do Conselho de Administração da AMTAD. Das várias competências do GTI, salienta a necessidade de gerir a eliminação de lixeiras de resíduos urbanos nas margens do Douro e de obrigar à destruição de carcaças de edifícios abandonados ainda durante a fase de construção.
O responsável avançou ao JANEIRO que há uma equipa formada com elementos da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e do Instituto Politécnico de Bragança que está a preparar uma proposta para ultrapassar as carências da região e prevê que o documento sugira a retoma do GTI ou a formação de uma estrutura semelhante que funcione com menos custos. “Para já só posso dizer que estou disponível para apoiar qualquer decisão que seja para melhorar ainda mais a
imagem que temos do Douro”, acrescentou João Batista.
O também presidente da Câmara de Chaves explica que o objectivo é concluir o documento a tempo de inscrever os novos projectos no IV Quadro Comunitário de Apoio. Como é conhecida a falta de meios financeiros dos 13 autarcas em garantir o funcionamento do GTI, o autarca diz estar confiante que com base em fundos comunitários possam ser encontradas alternativas.
Apesar de ser representante de um município de Trás-os-Montes, João Batista compromete-se a não descurar a paisagem do Douro até porque diz que as duas regiões precisam uma da outra para se completarem. “O desenvolvimento só é possível se as regiões se complementarem”, mencionou.
Confrontado com a inoperacionalidade da AMTAD durante vários meses, o actual presidente justifica que a associação esteve para ser dissolvida e dar lugar a diferentes comunidades urbanas de acordo com o que está previsto na lei. “Como estas comunidades acabaram por não ser formadas, a associação retomou funções”, esclareceu.
Vinhas Atrasos
Das diversas regras a que o Alto Douro Vinhateiro se comprometeu em Dezembro de 2001 para receber a classificação de Património Mundial da UNESCO, muitas começaram a ser adoptadas recentemente. Jorge Queirós, professor auxiliar da Secção Autónoma de Ciências Agrárias da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, exemplificou ao JANEIRO que apenas em 2005 se começou a vistoriar se a plantação de novas vinhas cumprem as regras de preservação da paisagem. |